Publicado em: 16/09/2016
16/09/2016 - Jornada promove atualização científica
Durante a IX Jornada Paranaense de Psiquiatria, profissionais e estudantes estão atualizando conhecimentos e trocando experiências na intenção de encontrar novas possibilidades para a melhoria da saúde e da qualidade de vida da população que sofre com algum tipo de transtorno mental ou quadro psiquiátrico. O evento, organizado e promovido pela Associação Paranaense de Psiquiatria (APPSIQ), acontece nos dias 16 e 17 de setembro e conta com o apoio da Associação Médica do Paraná e do Conselho Regional de Medicina. O primeiro dia de evento foi encerrado com a Mesa Redonda sobre Dependência Química, em que o psiquiatra Carlos Augusto Maranhão de Loyola, secretário geral da APPSIQ, presidiu e conduziu as palestras. A plateia esteve atenta aos conhecimentos atualizados e novidades apresentadas pelos palestrantes. A psicóloga Ana Beatriz Pedrialli Guimarães, pesquisadora na área de álcool e drogas, iniciou o debate apresentando uma palestra sobre "Elementos psicológicos que predispõem comportamentos auto-destrutivos". A doutora em ciências, mestre em Psicologia da Infância e da Adolescência e pós-graduada em Dependências Químicas falou especificamente sobre o uso de drogas como um comportamento auto-destrutivo, partindo da ideia de que uma pessoa, ao saber dos prós e contras desta relação (sujeito/droga), deveria fazer escolhas mais saudáveis. Existe um padrão psicológico que predispõe ao uso de drogas? Este padrão é somente da constituição do indivíduo ou também sobre influência do meio em que ele vive (família mais especificamente)? Mesmo sabendo que aquele padrão de comportamento não lhe faz bem, porque a pessoa continua presa a ele? Estes e outros questionamentos foram levantados para ajudar na compreensão da dependência química em uma perspectiva mais ampla, na qual a droga exerce uma função não só na vida do indivíduo como na daqueles que convivem com ele. O psiquiatra Marco Antônio Bessa, especialista em Psiquiatria da Infância e da Adolescência, com doutorado pelo departamento de Psiquiatria da Unifesp, apresentou palestra sobre "Psicoses induzidas por drogas". Em sua aula, disse que uma série de estudos apontam que a maconha, por exemplo, pode precipitar esquizofrenia em pacientes predispostos. "Ou seja, não é uma droga tão inocente quanto a propaganda quer fazer acreditar", falou. Outras drogas, como cocaína, anfetaminas, álcool, tabaco e LSD, também podem levar o indivíduo a desenvolver quadros com sintomas psicóticos, alucinações e delírios. O psiquiatra Ricardo Manzochi Assmé, especialista em dependências químicas e preceptor da residência em psiquiatria do Hospital São José dos Pinhais, falou sobre "O que funciona no tratamento farmacológico das dependências químicas". Revisando a literatura nacional, o médico apresentou o que há de mais atual em medicação utilizada para tratar dependentes de álcool e outras drogas. O psiquiatra de Toledo, Ronan D’Avila, especialista em terapia cognitiva e mestre em farmacologia, apresentou palestra sobre "Patologia Dual". No evento, ele falou dos indivíduos que desenvolvem ao mesmo tempo uma patologia psiquiátrica e uma patologia aditiva (por uso de álcool, drogas ou outra) e cuja condição interfere no tratamento e conduta tradicionais da psiquiatria, pois a abordagem de uma ou de outra condição não é suficiente para um tratamento responsivo. Em outras palavras, se tratado para uma e para outra condição a resposta não é satisfatória para nenhuma delas. "Por isso, exige-se uma abordagem que considere ambas as patologias", explicou. No sábado, 17 de setembro, outros especialistas estarão presentes na sede da Associação Médica do Paraná, em Curitiba, para tratar de temas como TAB e síndrome metabólica, transtornos psiquiátricos da Infância e Adolescência, promessas terapêuticas na Esquizofrenia e transtornos de humor. Saiba mais pelo site: www.psiquiatria-pr.org.br/jornada