Publicado em: 26/03/2008
A veiculação indiscriminada de propagandas de cervejas, principalmente na televisão, tem contribuído muito para o consumo abusivo e cada vez mais precoce de bebidas alcoólicas por parte de jovens e adolescentes. Entidades médicas e ligadas à saúde apóiam a Política Nacional sobre o Álcool anunciada pelo Governo Federal e as medidas que serão implementadas pelo Ministério da Saúde e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Somam-se a Sociedade Paranaense de Psiquiatria, outras 350 entidades que compõem o Movimento Propaganda Sem Bebida.
Pela primeira vez no país o consumo de bebidas alcoólicas terá a oportunidade de ser tratado devidamente como um grave problema de saúde pública, com a adoção de iniciativas voltadas a reduzir e prevenir os danos à saúde e à vida, bem como as situações de violência e acidentes associados ao uso abusivo do álcool pela população brasileira.
As entidades defendem a regulamentação mais rígida da propaganda, a restrição dos pontos de venda, a aplicação de fato das penalidades previstas para a associação entre o consumo de álcool e o ato de dirigir, e a melhoria dos serviços do SUS que atendem dependentes químicos, dentre outras medidas anunciadas.
Ao mesmo tempo as entidades conclamam a sociedade para ampla mobilização em defesa das medidas e alertam para o intenso lobby já deflagrado pela indústria da bebida, por agências de publicidade e alguns meios de comunicação. Além de apoiar a nova política do governo federal o Movimento Propaganda Sem Bebida acaba de atingir a marca de 700 mil assinaturas em defesa da proibição total das propagandas de cerveja e de outras bebidas alcoólicas. A meta é atingir em breve um milhão de assinaturas, que serão entregues ao Congresso Nacional.
O Movimento

O Movimento Propaganda Sem Bebida é liderado pela Uniad (Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas, da Universidade Federal de São Paulo – EPM/Unifesp) e pelo Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo). Reunindo igrejas, universidades, serviços de saúde, entidades de defesa do consumidor, entidades médicas, conselhos profissionais, sindicatos, ONGs e demais entidades da sociedade civil, sem personalidade jurídica e sem fins lucrativos, que trabalham com dependência química, grupos de apoio e auto-ajuda, entidades de defesa de portadores de patologias, dentre outras.
Uma das metas da "Aliança Cidadã" é a aprovação de legislação que limite a publicidade de álcool nos meios de comunicação e em eventos esportivos, culturais e sociais, semelhante à legislação atual que restringe as propagandas de cigarro.