Pesquisa mostra que curitibana é a que menos exagera na bebida

Publicado em:  07/04/2008

O Ministério da Saúde (MS) divulgou nesta quinta-feira (4) o resultado de uma pesquisa sobre os fatores de risco de doenças crônicas não transmissíveis. Entre as principais conclusões, o estudo mostra que Curitiba é a capital onde há o menor registro de consumo abusivo de bebidas alcoólicas por mulheres.

A pesquisa considera abusiva, para homens, a ingestão de cinco ou mais doses de bebida alcoólica em uma mesma ocasião nos últimos 30 dias. Para as mulheres, o padrão de medida é de quatro doses. A freqüência de consumo excessivo entre o público feminino pesquisado foi de 5% em Curitiba, contra a média nacional de 9,3%. Entre os homens, a ingestão abusiva foi quase três vezes maior (27,2%). A partir dos 45 anos de idade, o relatório do MS mostra que a ingestão de álcool declina progressivamente.

O estudo revela que o brasileiro precisa se preocupar mais com a saúde. Cerca de 43,4% da população adulta apresenta excesso de peso. Apenas 17,7% da população atende as recomendações da Organização Mundial de Saúde de comer cinco porções diárias de frutas, hortaliças e verduras. O consumo de carne com gorduras aparentes está no cotidiano de 32,8% da população, e 29% dos adultos são sedentários.

De uma forma geral, as mulheres cuidam mais da saúde: alimentam-se melhor, fumam menos, são menos sedentárias, bebem menos e tem menos excesso de peso.

Os números fazem parte da pesquisa realizada pelo Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico – Vigitel, em parceria com o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo, nas capitais dos 26 estados do país e Distrito Federal.

 

Metodologia

As entrevistas foram feitas entre julho e dezembro de 2007 por uma equipe de 60 entrevistadores, quatro supervisores e um coordenador. No questionário perguntas sobre tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas, obesidade, ingestão de frutas, verduras e hortaliças, atividade física, proteção contra raios ultravioletas, auto-avaliação do estado de saúde, diagnóstico autodeclarado de hipertensão e diabetes e para as mulheres, exame de mamografia e preventivo de colo de útero (papanicolau).

O estudo é realizado anualmente desde 2006 com pessoas maiores de idade. A intenção do MS é, a partir dos dados obtidos na pesquisa, basear políticas públicas de promoção à saúde e prevenção de doenças não transmissíveis.

A pesquisa consistiu de aproximadamente 54 mil entrevistas telefônicas, com mais de dois mil indivíduos adultos (18 ou mais anos de idade) em cada uma das 26 capitais, além do Distrito Federal. Para a análise dos dados, foram utilizados fatores de ponderação que igualam a proporção sócio-demográfica da amostra em cada cidade à observada no censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2000.

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Principais resultados

Tabagismo

A freqüência de fumantes no país todo é de 16,4%. Entre os homens pesquisados, 20,9% fumam. Mulheres, são 12,6%.

Excesso de peso

43% da população entrevistada tem excesso de peso. Entre homens o maior número de indivíduos acima do peso está entre os de maior escolaridade, enquanto entre mulheres o aumento do peso ocorre quanto menor a escolaridade.

Consumo de frutas, legumes e verduras

O consumo recomendado pela OMS é de 400g/dia de frutas, legumes e hortaliças. No país todo a freqüência de consumo nessa quantidade foi de apenas 17%.

Consumo de carnes com excesso de gordura

O consumo de carnes com gordura foi de 32,8% da amostra entrevistada. Homens tendem a consumir mais (42,7%) que mulheres (24,3%).

Consumo de leite integral

A alimentação com leite integral apresentou freqüência de 53% na população. De maneira geral, o consumo dessa bebida é maior entre homens (55%), que em mulheres (51%).

Consumo de refrigerantes

26,7% dos entrevistados bebem refrigerantes. Os homens bebem com mais regularidade (31.7%) que as mulheres (22,4%). Quanto maior a escolaridade menor o consumo de refrigerantes.

Atividade física no lazer

A prática regular de atividade física suficiente no lazer (30 minutos diários de intensidade leve ou moderada em cinco ou mais dias da semana) foi de 15,5%. 19,3% dos homens têm esse hábito contra 12,3% das mulheres.

Inatividade física

29% dos entrevistados se declararam sedentários. Quanto maior é a faixa etária menor é a quantidade de exercícios que se faz.

Consumo de bebidas alcoólicas

O consumo abusivo de bebidas alcoólicas foi admitido por 17,5% dos pesquisados. A ingestão em demasia foi maior entre homens (27,2%) que em mulheres (9,3%).

Dirigir após consumo de bebidas

O percentual de pessoas que pegam a direção após beber em excesso foi de 2%. A situação é mais freqüente entre homens (4%) do que entre mulheres (0,3%).

Auto-avaliação do estado de saúde

Cerca de 5% dos brasileiros avaliaram seu estado de saúde como ruim. De uma maneira geral, as mulheres tendem a achar seu estado de saúde pior que os homens.

 


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