Publicado em: 15/04/2008
Os suicídios são atos extremados que chamam a atenção da sociedade. E, quando ocorrem em série, são retratados na mídia, muitas vezes com
destaque para o método empregado.
Diante dessa situação, médicos e epidemiologistas ingleses resolveram
estudar qual o papel da Internet na disseminação das idéias e dos
mecanismos suicidas.
A pesquisa utilizou cinco ferramentas de busca comumente usadas pelos
internautas e 12 palavras-chaves que remetiam ao tema.
Foram selecionados os dez primeiros sites de cada resultado de buscas,
totalizando 480 indicações de 240 sites diferentes, 90 dos quais
exclusivamente dedicados ao tema. A partir dessa identificação, os sites
foram classificados conforme sua tendência.
O que chamou a atenção dos pesquisadores foi que 50% desses sites foram considerados pró-suicídio, encorajando, promovendo ou facilitando o ato suicida. Desse grupo se destacavam dois sites que promoviam a morte autoinfligida como uma atitude "fashion".
Cerca de 30% dos links, discutiam o tema com detalhes, avaliando prós e
contras, porém sem apoiar ou desencorajar o suicídio. Alarmantes 9% dos resultados traziam informações detalhadas sobre métodos de suicídio, alguns de forma factual, e outros colocavam a autodestruição como algo divertido ou "moderninho". Ainda puderam ser identificadas 12 páginas eletrônicas que continham fóruns de discussão ou salas de chat sobre métodos de suicídio.
O lado triste da pesquisa foi descobrir que somente 13% dos sites encontrados eram fonte de apoio aos potenciais suicidas e que apenas 12% dos resultados das buscas desencorajavam o ato.
As leis que regem a Internet se baseam na auto-regulação, o que mantém e estimula a liberdade de expressão e a livre circulação de idéias. Já o suicídio, e principalmente a incitação e o apoio a ele, na maioria das sociedades ocidentais, é tipificado como crime.
A pesquisa britânica, publicada na última edição da revista "British Medical Journal", deve ser entendida como um alerta aos pais e educadores.
Existe a necessidade de uma discussão franca sobre o tema, especialmente com os adolescentes.