Publicado em: 24/05/2008
Mais de 1 bilhão de pessoas ainda são fumantes no mundo, afirma OMS.
Agência da ONU quer adoção mundial de programa contra tabagismo.
Se não forem tomadas as medidas necessárias, ao final deste século 500 milhões de pessoas terão morrido por causa do consumo de tabaco, segundo alertaram hoje as autoridades da Organização Mundial de Saúde (OMS) que lutam contra uma dependência que a cada ano tira a vida de 5 milhões de pessoas.
"Conforme as progressões são apresentadas, em 2025 o tabaco terá matado 150 milhões de pessoas em 2050, 300 milhões e em 2100, 500 milhões", assegurou hoje sir Richard Peto, pesquisador da Universidade de Oxford, durante seu discurso em um fórum durante a assembléia anual da OMS.
O tabagismo é uma das doenças não transmissíveis com mais morbidade de todas as existentes, "algo inaceitável, por isso eu mesma e a OMS estamos absolutamente comprometidos em reduzi-la", assegurou a diretora geral do organismo, Margaret Chan.
1 bilhão
Calcula-se que no mundo 1 bilhão de pessoas sejam fumantes, ou seja, um quarto dos adultos do planeta, dos quais 5 milhões morrem a cada ano por doenças diretamente relacionadas com o tabaco. De fato, o tabagismo é um fator de risco em seis das oito primeiras causas de mortalidade no mundo.
"É um hábito que mata muita gente, mas essas mortes podem ser evitadas", acrescentou Peto, assinalando que as pessoas que fumam perdem em média 10 anos de sua expectativa de vida.
A OMS aprovou em 2003 o Convênio Marco para o Controle do Tabaco da OMS e, desde então, 156 países aderiram a ele, mas com diversos níveis de aplicação. Duas das nações que mais sucesso tiveram em sua aplicação foram Uruguai e Irã, que conseguiram níveis recorde no abandono da dependência e podem se orgulhar como países "livres da fumaça de cigarro".
As estratégias dos dois países foi muito similar à promovida pela OMS através do programa MPower: vigiar o consumo e as políticas de prevenção proteger a população da fumaça nos lugares públicos e no ambiente de trabalho oferecer ajuda para o abandono da dependência controlar as proibições sobre publicidade, promoção e patrocínio e aumentar os impostos sobre o tabaco.
Paralelamente, as ONGs e alguns países diretamente envolvidos na causa, como Brasil e Equador, continuarão lutando contra a interferência das empresas de cigarro que, segundo declarou Kathy Mulvey, diretora-executiva da Corporate Accountability International, "tentam de todos os meios, ilícitos inclusive, minar o trabalho realizado".