Publicado em: 14/06/2008
A potencialidade da maconha nos Estados Unidos aumentou de maneira considerável no ano passado, para o nível mais alto em mais de 30 anos, segundo um relatório da Casa Branca. Para os pesquisadores, essa alta aumenta os riscos para a saúde dos usuários.

As análises, realizadas pelo Potency Monitoring Project, da Universidade do Mississippi, indicam que o percentual médio do THC (tetraidrocanabinol), o princípio ativo da maconha, foi de 9,6% na droga em 2007, contra 8,75% no ano anterior.
O índice de 9,6% representa mais que o dobro da potencialidade da maconha em 1983, quando o índice era de 4%. O estudos foram feitos com base em amostras recolhidas entre 1975 e 2007.
O governo dos EUA atribui o aumento nesses níveis a técnicas sofisticadas de cultivo que produtores estão utilizando em campos dos Estados Unidos e Canadá.
"A potencialidade da maconha tem crescido abruptamente desde a última década, com sérias implicações, em particular para pessoas jovens", afirma John Walters, diretor do White House Office of National Drug Control Policy. Ele aponta riscos como problemas psicossociais, cognitivos e respiratórios, e a possibilidade de usuários se tornarem dependentes de drogas como cocaína e heroína.
"O que é particularmente perturbador é a possibilidade de o TCH ser mais eficiente no estímulo para mudanças no cérebro que podem levar ao vício", afirma Nora Volkow, diretora da National Institute on Drug Abuse.
Mas, segundo o professor Mitch Earleywine, da State University of New York, não há estudos que comprovem que a maior potencialidade da maconha possa aumentar o vício. Ele afirma que os usuários da droga geralmente ajustam o nível de substância inalada em razão dessas concentrações. "Uma Cannabis mais forte leva a menos fumaça inalada", afirma.