Publicado em: 28/06/2008
Levantamento da Universidade de São Paulo mostra que homens são maiores vítimas. Nos casos de morte, a classe mais afetada é a dos motoqueiros.
O grande número de acidentes de trânsito provocados por embriaguez preocupa os especialistas. Um monte de ferro retorcido foi o que sobrou do carro de um jovem. O acidente foi há dois anos. Nele, estavam cinco jovens bêbados. Um deles morreu. Outro, perdeu a vida que conhecia.
Hoje, ele precisa de cuidados 24 horas por dia. Ainda não consegue se movimentar sozinho. Comunica-se com a ajuda de mensagens no celular e tem na mãe a grande companheira.
O caso do rapaz é parecido com o de muitas outras vítimas dos acidentes de trânsito. Uma pesquisa feita pela Universidade de São Paulo (USP) mostra que 40% dessas pessoas continham um alto teor de álcool no sangue, uma prova de que a soma entre direção e bebida só tem resultado negativo.
Ainda de acordo com o levantamento, a incidência de acidentes provocados por álcool é maior entre os homens: 85,8%. Nos casos de morte, a classe mais atingida é a dos motoqueiros: 21,6%
Rigor
"A bebida fez este mal na vida do meu filho. Ela trouxe conseqüências irreparáveis. Todas as cirurgias, tudo que ele está passando hoje foi através deste fato", diz a mãe do rapaz acidentado.
A nova lei de trânsito, que ainda está sendo regulamentada, prevê punição e tolerância zero pra quem dirige embriagado. Multa, suspensão da carteira e até prisão fazem parte do decreto que já está em vigor. Na capital, a polícia promete usar os 15 bafômetros que tem para apertar a fiscalização, mas lembra que a responsabilidade pela lei não é só da polícia, mas também do cidadão.
"A polícia atua com os equipamentos de forma estratégica dentro de um planejamento. O que interessa é que as pessoas percebam que é importante que as pessoas não bebam e não que eu precise fiscalizar e ficar olhando se você bebeu quanto ou não bebeu", diz o major Ricardo Fernandes de Barros, comandante do 34º batalhão da PM.
A Polícia Militar comprou mais 45 bafômetros para ampliar a fiscalização em São Paulo. Os equipamentos já estão no Instituto de Pesos e Medidas (Ipem), para certificação.