Publicado em: 12/08/2008
Com essa jornada de trabalho, aumenta o risco de transtornos mentais devido ao estresse
Um grupo de cientistas australianos adverte, em estudo, que empregados que trabalham mais de 60 horas semanais têm maior risco de sofrer transtornos mentais devido ao estresse. Cerca de 60.500 trabalhadores de 58 companhias foram entrevistados, e submetidos a questionários para medir patologias mentais.
A pesquisa apresentava perguntas sobre depressão, ansiedade, entre outros problemas, além de questões a respeito das características do posto de trabalho do entrevistado, a carga horária e sua situação familiar.
Os resultados foram relevantes: 5% dos trabalhadores tinham níveis de estresse elevados e maior risco de sofrer transtorno mental. Outros 9,6% tinham estresse "moderado", o que também foi considerado um indicador de possível doença psicológica.
Porém, apenas 22% dos entrevistados com níveis de estresse altos estavam sob algum tratamento psicológico, e 31% negava ter algum problema. Entre as mulheres, 7% tinha dificuldade em reconhecer seu estado mental, e um número menor de homens freqüentava terapia.
O estudo aponta também que os trabalhadores casados eram os que menos sofriam de estresse. Já em relação ao tipo de trabalho, os comerciantes (5,6% de homens e 7,5% de mulheres) que dedicam mais de 60 horas por semana ao trabalho são os mais afetados.
"O indicador de nível de estresse mais importante foi o número de horas de trabalho", afirmam os pesquisadores. "Os homens que trabalham mais de 60 horas têm quatro vezes mais riscos do que o normal de ter doenças mentais, enquanto as mulheres têm o dobro".
Segundo os autores da pesquisa, liderada por Michael Hilton, da Universidade de Queensland, no Reino Unido, tais fatores de risco de estresse identificados deveriam ajudar empresas e autoridades a promover programas de trabalho adequados.