Discussão sobre saúde mental na infância e adolescência marca o encerramento do Fórum

Publicado em:  13/09/2008

Com programação gratuita e aberta à população, na manhã de sábado (13) o Fórum trouxe à tona a discussão a respeito da falta de política pública para assistência psiquiátrica na infância e adolescência. Contando com a participação do coordenador da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas (UNIAD) da Universidade Federal do Estado de São Paulo (UNIFESP), Ronaldo Laranjeira, e de representantes do Ministério Público e Secretarias de Saúde, a mesa-redonda "Atenção Psiquiátrica da infância e adolescência" despertou discussão sobre a falta de recursos para tratamento de transtornos mentais. De acordo com Laranjeira, é investido 1 bilhão de reais em programas de combate e prevenção à AIDS e cerca de 800 milhões em saúde mental. "Além disso, a demanda é cada vez maior e o número de vagas para os pacientes é muito pequeno. Não há programa de tratamento clínico, nem ambulatorial", afirma Carlos Kayamori, primeiro tesoureiro da Sociedade Paranaense de Psiquiatria.

Estiveram presentes também no debate o Dr. Marcelo Luigi, da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, a Dr.ª Lídia Munhoz Mattos Guedes, da 1.ª Vara da Infância e Juventude de Curitiba, e a promotora de Justiça do Ministério Público, Dr.ª Cibele Cristina Freitas de Rezende. Na ocasião, os participantes puderam esclarecer dúvidas sobre os principais transtornos mentais no auditório do Conselho de Medicina.

Na programação, o projeto "ABP Comunidade: Psiquiatria vai à população" foi realizado na Boca Maldita - calçadão da Rua XV de Novembro, na sexta-feira (12), e contou com a participação de mais de 500 pessoas, além dos médicos residentes envolvidos na atividade. Na ocasião, especialistas prestaram esclarecimento gratuito à população sobre depressão, tabagismo, ansiedade, pânico, alcoolismo e outros transtornos mentais. Prevê a Organização Mundial de Saúde que em 2020 a depressão será a segunda maior causa de incapacitação do indivíduo. Por este motivo, na ocasião, foram distribuídos folhetos informativos e profissionais deram indicações de locais de atendimento público em saúde mental.

Atualmente estima-se que a porcentagem de pessoas depressivas seja de 15 a 19%. "Se fizermos avaliação depressiva dos pacientes que estão sendo atendidos por problemas clínicos físicos nas Unidades Básicas de Saúde poderá chegar a um número de 40 a 50%", afirma o ex-presidente e atual Secretário Regional Sul da Associação Brasileira de Psiquiatria, Osmar Ratzke.

O Fórum é uma promoção conjunta da Sociedade Paranaense de Psiquiatria (SPP) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), com apoio do Governo do Estado, Prefeitura, Conselho de Medicina e Secretarias Municipal e Estadual de Saúde.

Além da atividade pública, a programação contou com o Simpósio "Psiquiatria na Atenção Primária à Saúde", realizado na sexta-feira (12), no auditório do Conselho de Medicina. A atividade trouxe inúmeras discussões a respeito do papel fundamental que tem o psiquiatra nas equipes de Programa de Saúde da Família, Unidades de Saúde e hospitais gerais. Representantes da ABP, Secretarias de Saúde e Ministério da Saúde trouxeram informações atuais sobre Saúde Pública/Coletiva e Saúde Mental. Pesquisas comprovam que apesar do desconhecimento da população, cerca de 450 milhões de pessoas no mundo sofrem ou sofrerão de problemas mentais, neurológicos ou comportamentais.


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