Atores relatam depressão em filme que será exibido em festival

Publicado em:  18/11/2008

da Folha de S.Paulo

Desmistificar a depressão de forma poética e ao mesmo tempo incômoda foi o objetivo de quatro amigos - todos atores -, que se uniram para fazer um filme mostrando o lado humano, e não patológico, do problema. Os quatro têm ou já tiveram a doença.

Mistura de ficção com depoimentos reais dos próprios atores, o curta-metragem "V.I.D.A.", realizado com parcerias e um orçamento de cerca de R$ 3.000, foi selecionado para o 41º Festival de Cinema de Brasília, que ocorrerá entre os dias 18 e 25 de novembro. Ele será exibido nesta quinta-feira (20), às 14h.

Henrique Manreza/Folha Imagem
Ana Maria Saad, Gabrielle Lopez, Ulysses De Santi, Geison Ferreira e Naninha Borges fizeram o curta a partir da própria experiência
Ana Maria Saad, Gabrielle Lopez, Ulysses De Santi, Geison Ferreira e Naninha Borges fizeram o curta a partir da própria experiência

Em cerca de 18 minutos, é mostrada a realidade de pessoas que sofrem de depressão e procuram ajuda em um grupo de apoio, semelhante aos grupos dos alcoólicos anônimos. Lá, eles relatam o preconceito que sofrem e ouvem histórias de vida e de morte.

A intenção, de acordo com o diretor, Geison Ferreira, 27, é despertar as pessoas para a gravidade do problema. "A depressão está mais perto do que a gente imagina", diz.

Segundo Ana Maria Saad, 27, atriz principal e roteirista, o nome inicial do filme era "D.A." (depressivos anônimos), mas foi alterado para tentar mostrar a doença de forma menos dramática e valorizando a vida. "Queríamos algo mais sutil", diz.

O filme é o primeiro do projeto chamado "Pensamentos Filmados", que incluirá curtas sobre temas variados.

De acordo com estimativas, a depressão atinge de 10% a 12% dos brasileiros.

Um levantamento da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aponta que a venda de antidepressivos cresceu 42% entre 2003 e 2007, e uma projeção de 2000 da Organização Mundial da Saúde indica que casos de transtornos depressivos vão mais que dobrar em 20 anos.  


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