Mercosul e Venezuela querem proibir anúncios de cigarros

Publicado em:  29/11/2008

Os países membros do Mercosul e a Venezuela querem proibir anúncios de cigarros e patrocínios de indústrias de tabacos em eventos em seus territórios. A medida vem sendo discutida por ministros da Saúde do Brasil, Uruguai, Paraguai, Argentina e Venezuela, segundo o coordenador de Saúde do Mercosul no Brasil, Fernando Affoni.  

Os ministros dos cinco países, liderados pelo brasileiro José Gomes Temporão, se reuniram nesta sexta-feira (28) no Rio para encontro semestral que discute ações conjuntas para a área de saúde na região. No encontro, os representantes da pasta nos cinco países assinaram dez acordos, entre eles o de combate à mortalidade materna, que, segundo o ministério da Saúde, é uma das principais causas de morte em mulheres na América Latina.  

O grupo, que se reuniu nesta manhã no Palácio do Itamaraty do Rio, no centro da cidade, ainda não chegou a um acordo, contudo, para a proibição da propaganda de cigarros. A medida, sugerida pelo Uruguai, proíbe qualquer tipo de propaganda ligada ao tabaco nos cinco países, seguindo exemplo adotado do Brasil. 

As indústrias de cigarro, pela proposta, também ficarão proibidas de patrocinar ou promover eventos. Affoni disse que ainda faltam "questões técnicas" para que o acordo seja assinado, o que só deve acontecer na próxima reunião dos ministros, no fim do primeiro semestre de 2009.

O destaque da reunião, segundo o coordenador, foi a elaboração de uma agenda conjunta de combate à mortalidade materna no Mercosul e na Venezuela. Na região, o mal que acomete 190 mulheres a cada 100 mil nascimentos, índice dez vezes maior que o de países desenvolvidos, segundo o Ministério da Saúde.

"É um coeficiente ainda muito alto", disse à Folha Online o coordenador. "Acordamos em fazer um plano conjunto com ações para reduzir esse número."

Entre as ações, o acordo assinado nesta sexta-feira determina o aumento da atenção básica no período pré-natal e pós-parto e do estímulo ao aleitamento materno, segundo o ministério da Saúde.

Dengue

Durante a reunião, uma comissão de combate à dengue apresentou um panorama das medidas conjuntas para combate da doença nos territórios dos cinco países. As ações comuns, segundo Affoni, são desenvolvidas há cerca de dois anos.

O foco atual é o combate aos focos do Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença, em áreas de fronteiras.

No encontro, os ministros acordaram em também realizar programas conjuntos de combate à falsificação de medicamentos, de prevenção ao câncer do colo de útero e de segurança alimentar, tema que, pela primeira vez, entrou em discussão na reunião. A idéia, segundo Affoni, é melhorar a qualidade da alimentação da população dos cinco países.

O ministro José Gomes Temporão (Saúde) não quis falar com a imprensa ao fim do encontro. 

PAÍSES FECHAM ACORDOS PARA SAÚDE
Ministros da Saúde do Brasil, Uruguai, Paraguai, Argentina e Venezuela assinaram ontem dez acordos ligados a políticas de medicamentos, de controle do tabaco, de prevenção de câncer do colo do útero e de segurança alimentar, além do Pacto Mercosul para Redução da Mortalidade Materna e Neonatal. O pacto visa melhorias no pré-natal, pós-parto e no estímulo à amamentação.


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