Taxa de suicídio no Brasil aumentou nos últimos anos

Publicado em:  10/12/2008

Os números se elevaram ainda mais entre os jovens com idades entre 15 e 24 anos, diferente de outras nações, onde o fenômeno é mais freqüente na idade adulta

Livro desmente mito de que suicidas só querem atenção

 

O novo Mapa da Violência divulgado pelo Ministério da Justiça mostra que a taxa de suicídio no Brasil tem se elevado nos últimos anos, mais ainda entre os jovens com idades entre 15 e 24 anos, passando de 4,0 por 100 mil habitantes em 2000 para 4,7 em 2005.

Essa diferença é substancial porque os números apontam para taxas juvenis 45% superiores as dos adultos, bem diferente de outras regiões do mundo, como Ásia e a Europa, onde o suicídio apresenta-se como fenômeno específico de pessoas com mais idade.

O livro da jornalista Paula Fontenelle, “Suicídio: o futuro interrompido”, lançado este mês pela Geração Editorial, mostra o outro lado dessa história. Com uma visão otimista, a autora traz uma ampla abordagem do assunto com foco na prevenção. Para isso, Paula esclarece como identificar uma pessoa que esteja pensando em tirar a própria vida, os sinais de alerta mais comuns, os fatores de risco associados ao suicídio. Com depoimentos comoventes e histórias de superação, o livro traz exemplos de como se aproximar dessas pessoas e o que fazer para evitar o pior. 

Espaço para o diálogo é fundamental
A autora defende a quebra do silêncio sobre o tema, postura que deve ser combatida para que o suicídio possa ser enfrentado sem preconceitos ou medos. A própria autora passou pela experiência da morte voluntária do pai, em janeiro de 2005, e sentiu o peso do tabu que cerca o assunto. Ela não conseguiu encontrar no Brasil uma publicação que tratasse do tema numa linguagem para leigos. Por isso a decisão de contribuir para um debate que pode salvar vidas e ajudar a sociedade a entender o que leva um indivíduo a desistir do amanhã.

Com recomendações internacionais de vários países, Paula dá exemplos de coberturas adequadas e o que deve se evitar ao escrever sobre a morte voluntária. A autora também derruba os principais mitos associados ao suicídio, como por exemplo, o de que as pessoas que ameaçam se matar, só querem atenção e dificilmente o fazem. Os capítulos são intercalados pela autobiografia de Paula e a forma como ela enxerga a vida do pai e o que pode tê-lo levado a se matar. 


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