Publicado em: 29/01/2009
Estudo conduzido por pesquisadores norte-americanos e alemães, apresentado no 17º Congresso Europeu de Psiquiatria (Lisboa), concluiu que os fumantes têm uma razão de taxa de incidência de 1,5 a 4,6 vezes maior de cometerem suicídio se comparados a pessoas que nunca fumaram. Apresentada durante a sessão de pôsteres do encontro científico, a pesquisa analisou dados dos EUA e da cidade de Frankfurt (Alemanha) e identificou tal diferença em todos os subgrupos estudados, observando um risco maior para adultos jovens e de meia idade. As mulheres fumantes norte-americanas foram o grupo com o maior risco relativo de suicídio (4,6), ao passo que os alemães com mais de 61 anos apresentaram a menor diferença (1,5).
“As associações entre tabagismo e suicídio podem ser mais intensas na população em geral do que anteriormente sugerido, embora nós não tenhamos encontrado mais de duas bases de dados populacionais amplas prontamente disponíveis para ajudar na avaliação da questão”, afirmam os autores Bruce Leistikow, do departamento de saúde pública da University os Califórnia (EUA), e colegas. Além da universidade norte-americana, participaram da pesquisa a Pfizer de Nova Iorque (EUA) e pesquisadores de diferentes departamentos da Goethe University, em Frankfurt (Alemanha).
Embora a diferença do risco apresentada possa ser considerada significativa, na opinião da própria equipe de pesquisa, é provável que este estudo tenha subestimado os riscos de suicídio relacionados ao tabagismo nos EUA e em Frankfurt – em grande medida devido a erros de classificação sobre o status do tabagismo (smoking-status) e tendências na seleção (dos dados) em ambos os estudos.
“As populações (analisadas) do estudo são mais representativas, recentes e/ou menos influenciadas por suposições de tempo de sobrevida igual em tabagistas e não-tabagistas do que em estudos (anteriores) que identificaram associações mais fracas entre ser fumante e as taxas de suicídios ajustadas por idade”, ressaltam os pesquisadores. Segundo eles, este é o primeiro estudo a relatar as taxas absolutas de suicídio levando-se em consideração o tabagismo e idade ou gênero em populações significativas, do ponto de vista geográfico. “Reduções na prevalência do tabagismo talvez apresentem o benefício adicional de resultar em menores índices de suicídios nos EUA e na Europa, especialmente entre os adultos jovens e de meia-idade e as mulheres norte-americanas”, dizem.