Publicado em: 27/06/2009
A semana foi bastante agitada e cheia para o secretário Antidrogas de Curitiba, Fernando Francischini. Foram dezenas de atividades programadas durante a 11ª Semana Nacional de Prevenção ao Uso de Drogas e Violência, que começou no último dia 19 e terminou nesta sexta-feira (26), data em que se comemora também o Dia Internacional de Luta Contra o Abuso e o Tráfico de Drogas. A programação começou na segunda (22), passou por prédios públicos e sete escolas municipais, onde foram realizadas apresentações
de cães farejadores treinados para localizar drogas. Na sexta (26), na Praça Rui Barbosa, serão montadas barracas com atividades de prevenção e apresentação dos animais do Projeto Cão Amigo.
No sábado (27), das 11h30 às 14h30, a equipe da secretaria passará pelo PolloShop do Alto da XV, entregará folders e mostrará a importância da prevenção contra as drogas. O Domingo com a Família, no Parque Barigui, no dia 28, vai encerrar a Semana Antidrogas. As atividades começarão às 10h e vão até as 16h. Estão programadas atividades esportivas, culturais e de lazer para toda a família, além de barracas com banners e a distribuição de material informativo.
Atividades na Câmara Municipal
Na quarta-feira (24) o secretário da Antidrogas de Curitiba esteve na Câmara Municipal, atendendo convite do vereador João Cláudio Derosso (PSDB), presidente da Casa, e detalhou as ações da Pasta, criada há pouco mais de um ano. "A secretaria, além do combate e prevenção ao tráfico, tem como objetivo a reinserção do indivíduo na sociedade", enfatizou Derosso. Na tribuna da Casa, o primeiro-secretário, vereador Celso Torquato (PSDB), afirmou que o tema em debate consiste num dos mais graves problemas sociais da atualidade. "E os governos apontam numa mesma direção, confirmada em relatório divulgado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, ligado à Organização das Nações Unidas: o enfrentamento do problema exige atenção à prevenção e tratamento, por meio de programas e investimentos sociais", disse, lembrando que, apesar de o Brasil possuir cerca de 890 mil usuários, o índice de municípios que têm políticas, metas e diretrizes de ação preventiva não chega a 10%.
Índice de recuperação nacional do crack é de apenas 7%
Francischini lembrou que, em fevereiro de 2008, quando assumiu a pasta, Curitiba era considerada a sétima capital do País em crimes dolosos. "A partir daí, o prefeito Beto Richa nos convidou para realizar um trabalho conjunto na elaboração de um planejamento", afirmou, citando projetos já implantados e que foram ampliados, como o "Bola Cheia", que incentiva a prática de esportes em bairros, atraindo crianças e adolescentes, e a rede de colaboração curitibana e metropolitana. Conforme o secretário, a falta de informação tem forte influência no aumento do consumo de drogas. "Prevendo isso, a Antidrogas trabalhou para capacitar cerca de quatro mil pessoas para que ministrem palestras, orientando a população sobre sua contribuição para a redução dos índices de criminalidade e melhoria da qualidade de vida". Dos programas da secretaria, destacou também os Centros de Atendimento Psicossocial, Cão Amigo, Rede de Comunidades Terapeutas, além do Cara Limpa, desenvolvido em conjunto com a Fundação de Ação Social e a Secretaria Municipal da Saúde.
Ele finalizou o pronunciamento alertando que o consumo de drogas pode ser considerado uma sentença de morte. "O índice de recuperação nacional do crack é de apenas 7%", lamentou.
Na Assembleia Legislativa
Um dia depois, na quinta-feira (25), Francischini, esteve na Assembleia Legislativa para pedir o apoio dos deputados na divulgação de informações que ajudem a combater o uso e o tráfico de drogas no Paraná. "É preciso difundir todos os projetos e ações que podem ser desenvolvidos para prevenir o uso de drogas", disse o delegado federal. Conhecido por ter comandado a ação que culminou na prisão do traficante de drogas colombiano Juan Carlos Ramírez Abadia, Francischini fez um retrato da segurança pública no Paraná e falou das ações que
vêm desenvolvendo para combater o uso e o tráfico de drogas em Curitiba. Segundo ele, 80% dos crimes que acontecem na Capital paranaense têm alguma relação com as drogas. O secretário acredita que a prevenção é o melhor caminho para se combater esse mal. Vários deputados elogiaram
as ações desenvolvidas pela secretaria, mas os deputados Marcelo Rangel (PPS) e Rosane Ferreira (PV) defenderam a implantação de uma secretaria antidrogas também pelo Governo do Estado.
Cartilha
O prefeito Beto Richa (PSDB) participou do lançamento oficial da Cartilha de Prevenção às Drogas e à Violência, no prédio da Polícia Federal, no bairro Santa Cândida. O evento faz parte da Semana Antidrogas de Curitiba, para marcar o Dia Internacional da Luta Contra o Abuso e o Tráfico Ilícito de Drogas, no dia 26 de junho, criado pela Organizações das Nações Unidas (ONU). A cartilha foi elaborada pela Secretaria Municipal Antidrogas.
A cartilha reúne informações sobre a violência causada pelo tráfico e o uso indevido de drogas. "Ações preventivas são essenciais. Depois que o mal é instalado, é difícil libertar o usuário das drogas. O uso e o tráfico são os maiores causadores da criminalidade em nossa cidade. Procuramos fazer nossa parte e unir esforços com a sociedade para esse combate", disse Richa. A cartilha é utilizada nos encontros de prevenção promovidos pela Antidrogas em associações de moradores, empresas, escolas, faculdades, igrejas em Curitiba e Região Metropolitana. Esses encontros são feitos para buscar multiplicadores das informações para a população infanto-juvenil.
Dicas da Antidrogas
Como identificar possíveis situações de uso de drogas:
Alterações no cotidiano pessoal são os primeiros indícios de um possível envolvimento; queda de rendimento em atividades diárias, como estudo, trabalho, higiene pessoal e vida sexual; desinteresse pelo convívio social e atividades de lazer que eram anteriormente mantidas; utilização constante de óculos escuros a qualquer hora do dia e a utilização de mangas compridas mesmo em dias quentes; mudanças de comportamento, como inquietação, irritabilidade e insônia são comuns, e acabam ocasionando aumento de freqüência de brigas e atritos em casa; ocorrência repetida de pequenos delitos de trânsito, desaparecimento de objetos de valor e o aparecimento ou aumento de dívidas.
Como lidar com o problema?
Converse: mantenha um diálogo permanente. Controle a irritação, ela só piora a situação, provoca distanciamento e não ajuda a resolver os problemas.
Ofereça opções: brincar, praticar esportes, ler, visitar museus e parques são consideradas ações protetoras ao uso de substâncias psicoativas.
Não humilhe: pessoas expostas ao ridículo e à humilhação fazem qualquer coisa para fugir de um diálogo. Não trate seu filho ou aluno com comentários que o desvalorize, que desconsiderem seu ponto de vista ou diminuam seu orgulho pessoal.
Crie limites: deixe claro seus valores e expectativas em relação ao comportamento das crianças e dos adolescentes.
Busque ajuda: é fundamental, seja por quem está usando drogas ou por quem se preocupa com quem está usando.
Oportunidades: devemos criar oportunidades para os usuários de drogas encontrarem razões positivas para viver, como sonhos, ideais, atividades artísticas e culturais, lazer, esporte, religião, esperança, cidadania.
Amor e limites: é grande a importância do amor na ajuda ao usuário de drogas, mas amar também é estabelecer limites. Quem não respeita não consegue ser respeitado.