Indústria faz em bares "blitz" a favor do fumo

Publicado em:  12/07/2009

Segundo a multinacional de cigarros, a atividade promocional é legal; lei antifumo começa a vigorar no Estado em agosto  

Enquanto o governo de São Paulo faz pressão com blitze educativas para divulgar a lei antifumo, a indústria do tabaco investe em promotores de vendas de cigarro dentro de bares e restaurantes de São Paulo. 

Uniformizados, eles circulam de mesa em mesa oferecendo maços em ambientes onde, de acordo com a lei estadual que entra em vigor em agosto, o tabaco será proibido. 

"Vocês são fumantes?" é a pergunta-chave para que seja exibido um quadro luminoso com maços de cigarro Marlboro, carro-chefe da gigante do tabaco Philip Morris. 

Segue-se então uma rápida explicação sobre a marca e a distribuição de maços. Quem se interessa pelo produto compra e o consome logo ali. 

A ação é comum em bares, discotecas e restaurantes paulistanos que não vendem cigarros em suas dependências. 

"Não me incomodo com esse tipo de ação. É melhor do que sair para comprar um cigarro lá fora, nesse frio", diz Antônio Lima, 33, publicitário. 

A estudante Leilane Nunes, 27, se diz desconfiada com a venda e o cumprimento da lei. "Se o fumante não se levanta nem para comprar o cigarro, imagina se vai mudar de ambiente para fumar." 

A Philip Morris, que concentra suas promoções em bares da badalada região das ruas Augusta e Bela Cintra (no centro), afirmou que a atividade "está em conformidade com a regulamentação aplicável". 

Segundo a empresa, a abordagem dos promotores é individual e somente feita entre maiores de 18 anos e fumantes, mediante confirmação dessas informações e checagem do documento de identidade. A Folha presenciou aproximações em mesas de duas ou mais pessoas sem verificação do RG. 

A empresa também afirmou que o fumo em locais públicos deveria continuar a ser limitado. A Philip Morris, no entanto, não restringiu a comercialização nas áreas já existentes para não fumantes.

 


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