Violência pode matar 33 mil jovens no Brasil em 7 anos, aponta estudo

Publicado em:  21/07/2009

Da Agência Estado

Em um período de sete anos, 33.504 adolescentes brasileiros serão assassinados. Esta é a estimativa de um estudo inédito divulgado nesta terça-feira pela Secretaria Especial de Direitos Humanos.

Estudo estima mais de 33 mil mortes 

O levantamento foi realizado pelo Laboratório de Análise da Violência da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), em parceria com o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e com o Observatório de Favelas. A estimativa foi feita com base em dados de 2006, considerando-se a hipótese de que as circunstâncias observadas naquele ano sejam mantidas.

Para o desenvolvimento do estudo, foram coletadas informações sobre as causas de mortes entre jovens de 12 a 19 anos de idade em 267 municípios, todos com mais 100 mil habitantes.

Os resultados apresentam também o Índice de Homicídios na Adolescência (IHA) no Brasil, que mede a probabilidade de um adolescente ser assassinado. O valor médio do IHA brasileiro é de 2,03, ou seja, de cada mil adolescentes, 2,03 serão vítimas de homicídio antes de completar os 19 anos.

"Esta cifra por si só deveria ser suficiente para transmitir a gravidade do fen ômeno no Brasil, particularmente se lembrarmos que o homicídio contra adolescentes deveria ser, a princípio, um fato extremamente raro em qualquer sociedade", diz o estudo.

Piores índices

Os dados mostram que em Foz do Iguaçu, no Paraná, cerca de dez jovens entre mil adolescentes são vítima de assassinato. A cidade registra o maior índice (9,7) de jovens assassinados em cada grupo de mil adolescentes. O valor é mais de três vezes superior à média nacional.  

Em seguida, vêm Governador Valadares, em Minas Gerais, com 8,5, e Cariacica, no Espírito Santo, com 7,3. O estudo avaliou 267 cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes. A média do Índice de Homicídios na Adolescência é de 2,03 jovens vítimas de assassinato antes de completarem 19 anos.

O município do Rio de Janeiro aparece na 21ª posição na lista, com IHA de 4,9, enquanto São Paulo fica em 151º lugar, com índice de 1,4.

Homens e negros

O estudo indica ainda que, entre os homens, a probabilidade de uma morte por homicídio é 12 vezes maior do que entre as mulheres.

Já a probabilidade de que um negro seja assassinado é duas vezes maior do que um branco, de acordo com o levantamento. A maior diferença foi constatada na cidade de Rio Verde (GO), onde a chance de um adolescente negro ser morto é 40 vezes maior.

Também foi calculada a probabilidade de um adolescente ser morto por uma arma de fogo. Em todo o Brasil, essa chance é três vezes maior, em comparação com outras armas.

Mortes entre jovens

De acordo com o levantamento, os homicídios foram responsáveis por 46% das mortes entre adolescentes registradas em 2006. As mortes naturais somaram 26% e os acidentes, 22%.

Os números apontam ainda que 3% dos adolescentes mortos se suicidaram e outros 3% morreram de causas "indefinidas".

(*Com informações da BBC e da Agência Brasil)


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