Atendimento psicológico é o mais procurado entre policiais

Publicado em:  27/07/2009

Ministério da Justiça realizou levantamento que apontou que profissionais buscam tratamendo para dependência do álcool, do cigarro e de outras drogas e até para cuidar de manifestação suicida. Instituições oferecem programas de saúde.

BRASÍLIA. Um levantamento do Ministério da Justiça em 57 instituições estaduais de segurança pública, em 19 estados, revelou que uma boa parcela de policiais militares e civis buscam atendimento para tratar da dependência do álcool, do cigarro e de outras drogas e até para cuidar de manifestação suicida. Entre os programas de saúde oferecidos pelas corporações, o mais frequentado pelos policiais é o atendimento psicológico: 88,6% oferecem esse serviço.

O atendimento médico aparece em seguida, oferecido por 75,47% das instituições.

Entre as ações mais frequentes, destaques para o acompanhamento e apoio ao policial, a assistência à família do policial vitimado e assistência a inativos. A pesquisa "Mapeamento dos programas de atenção à saúde das instituições estaduais de segurança pública" foi realizada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, em 2008, e levantou os programas de atenção à saúde e de qualidade de vida das polícias Civil, Militar e do Corpo de Bombeiros.

Nas ações específicas, são vários os tipos de atendimento, entre os quais tratamento de dependência química: 32% das instituições pesquisadas oferecem esse serviço; prevenção a manifestação suicida: 26,4%; assistência religiosa: 15%; e tabagismo: 3,7%.

 O estudo mostra que há maior atenção à saúde física do que à psicológica. E que há também um forte tabu.

"O sofrimento psíquico faz parte da rotina de trabalho deles, e as ações de prevenção e tratamento são dificultadas pela pressão dos colegas e da sociedade em sustentar uma imagem de 'homem forte e corajoso' que não sucumbe frente às dificuldades", diz o relatório.

Segundo a diretora do Departamento de Pesquisa, Análise de Informação e Desenvolvimento de Pessoal em Segurança Pública, Juliana Barroso, não basta apenas investir em tecnologia e armamentos.

- São homens que sofrem depressão, que enfrentam o alcoolismo e até manifestação suicida. Não são super-homens. Eles são submetidos a longas jornadas de trabalho e se envolvem com o limite entre a vida e a morte. É preciso trabalhar a cabeça desse homem.

 


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