Publicado em: 26/08/2009
Um único cigarro contém aproximadamente 4.700 substâncias tóxicas, das quais cerca de 40 são comprovadamente cancerígenas. Entre elas, pelo menos um grupo, o das nitrosaminas, já foi detectado no vapor do cigarro eletrônico, segundo o pneumologista Sérgio Ricardo Santos, coordenador do PrevFumo (ambulatório de controle do tabagismo) da Universidade Federal de São Paulo.
Em geral, as substâncias cancerígenas causam uma mutação no material genético das células, alterando seu funcionamento e provocando diversos tipos de câncer.
"O cigarro não causa apenas câncer de pulmão, do qual todo mundo se lembra. São 11 tipos diferentes, como câncer de boca, do colo do útero e da bexiga", afirma a psiquiatra Célia Lídia da Costa, doutora em oncologia e coordenadora do Grupo de Apoio ao Tabagista do Hospital A.C. Camargo.
Entre as substâncias cancerígenas, o grupo químico dos hidrocarbonetos aromáticos já teve seu papel no desenvolvimento dos tumores bem documentado em pesquisas. "A queima lenta e em alta temperatura das substâncias presentes no tabaco é que forma esses grupos químicos", diz Costa.
Uma vez alterada a sequência do DNA, a célula perde uma função chamada apoptose -"a capacidade de entender que precisa morrer em um dado momento", segundo a especialista. "Elas se perpetuam e se dividem mais rapidamente do que as células normais, o que permite um roubo de nutrientes e da energia responsáveis por manter o corpo saudável."
Já a nicotina não é cancerígena, mas provoca alterações cardiovasculares e dependência.