PF prende 19 acusados de fraude de R$ 11 mi na Previdência

Publicado em:  27/08/2009

A Polícia Federal prendeu na última quarta-feira (26), em Curitiba, 19 suspeitos de integrar uma quadrilha envolvida com obtenção fraudulenta de benefícios previdenciários, que causou prejuízo de R$ 11 milhões aos cofres públicos. Entre os presos levados para a sede da Polícia Federal em Curitiba, estão sete pessoas de uma mesma família que recebem ou receberam benefícios de forma fraudulenta. Também estão presos dois médicos e mais oito beneficiários. Um dos detidos morava a 80 m da sede da PF.

Essa é a maior fraude registrada este ano no País. Duas pessoas ainda estão foragidas. A 1ª Vara Federal Criminal de Curitiba expediu 19 mandados de prisão para serem cumpridos na Operação Manjedoura.

Todos serão indiciados por estelionato e formação de quadrilha e estão sujeitos a penas de até oito anos de reclusão. Além das prisões, a Justiça Federal decretou o sequestro de veículos e a apreensão de um imóvel e o cancelamento, a partir de hoje, dos benefícios fraudulentos.

Segundo a PF, a quadrilha agia desde 2001, com o auxílio de dois médicos psiquiatras que forneciam atestados falsos para a concessão de auxílio-doença, auxílio-acidente, aposentadoria por invalidez e benefícios de amparo assistencial ao idoso e ao deficiente pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Segundo o delegado da PF Marcos Eduardo Cabello, as investigações tiveram início há dois meses, com base em dados da inteligência previdenciária. Levantamento preliminar indicou mil benefícios concedidos em Curitiba de forma fraudulenta, a maioria com a assinatura dos dois psiquiatras. A maior parte dos beneficiários tinha o mesmo endereço residencial.

De acordo com o delegado, a participação dos médicos no esquema foi fundamental. "Os atestados é que decidiam se os benefícios seriam ou não concedidos. E a quadrilha chegava até mesmo a orientar seus clientes sobre como deveriam agir e se vestir nas perícias do INSS", afirmou.

O delegado disse ainda que foi constatada uma prática nova na maneira de agir da quadrilha, a fraude no Judiciário. "Diante do indeferimento do benefício pelo INSS, eles partiam para concessão judicial em varas de juizados especiais federais, em que o grau de sucesso era grande", disse.

Segundo Neusa Peixoto Campos, do Ministério da Previdência Social, esta foi a terceira maior operação realizada em 2009 em relação ao número de mandados judiciais e a maior em prejuízos estimados, sendo que, após o término das investigações, esse valor pode ser bem maior do que R$ 11 milhões.

"De 2003 até agora realizamos 252 operações em parceria com a Polícia Federal. Só no ano passado conseguimos detectar fraudes de aproximadamente R$ 200 milhões e este ano, são R$ 56 milhões, resultantes de 25 operações, não contabilizando ainda essas mil contribuições", informou Neusa.

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