Publicado em: 02/10/2009
O evento foi organizado pela Prefeitura de Curitiba. Foi inaugurada ainda
mostra cultural que comemora os dez anos do programa Saúde Mental da Secretaria
de Saúde.
O vice-presidente da Sociedade
Paranaense de Psiquiatria, Sivan Mauer, participou esta manhã (2) da mesa de
abertura do evento em comemoração ao Dia Mundial de Saúde Mental e aos 10 Anos
do Programa Saúde Mental em Curitiba. Na oportunidade, foi inaugurada mostra
cultural Saúde mental é 10, na qual alguns dos 52 mil pacientes inscritos no
Programa de Saúde Mental da Secretaria Municipal da Saúde apresentam suas obras
de arte até domingo no Memorial da Cidade. A mostra abrange apresentações culturais e produções como
decoupage, pintura em tela, pintura em mandala, bonsai etc.
De acordo com o prefeito Beto
Richa, é uma das principais ações da Prefeitura na área da saúde. A
coordenadora do programa, psicóloga Cristiane Venetikides, afirma que o
objetivo da mostra é apresentar para a sociedade, por meio de exemplos
concretos das atividades diárias desenvolvidas pelos pacientes - como dança,
poesia, pintura, teatro e canto - as ações que compõem as estratégias de
atendimento clínico dos pacientes. "É um trabalho muito amplo e em grande
parte voltado à atenção ambulatorial de cada pessoa, conforme preconiza a
reforma psiquiátrica deflagrada no início da década de 90", conta.
De acordo com a situação
clínica de cada paciente, eles são atendidos a partir das 140 unidades
integrantes da rede pública de saúde mental. São 103 unidades básicas, seis
ambulatórios, 13 centros de atenção psicossocial (Caps), cinco residências
terapêuticas, oito centros municipais de urgências médicas, três hospitais
psiquiátricos e quatro hospitais-dia, além do apoio de 29 equipes do Núcleo de
Apoio em Atenção Primária à Saúde (Naaps), do serviço de regulação psiquiátrica
da Central Municipal de Leitos e duas equipes de auditores para as áreas
ambulatorial e hospitalar.
"Ao contrário da rotina
pré-reforma psiquiátrica, o internamento hospitalar é hoje uma exceção. No
lugar dos leitos hospitalares em tempo integral, ganham espaço as vagas em
hospitais-dia, Caps e ambulatórios", afirma Luciano Ducci, também
secretário municipal da Saúde. "Nesses locais os pacientes desenvolvem
suas habilidades artísticas, culturais e manuais, ao mesmo tempo em que têm
acesso a acompanhamento clínico integral e ao vínculo sócio-afetivo por meio da
convivência com outros pacientes, familiares e amigos", acrescenta.
Em dez anos de história, o
Programa de Saúde Mental contribuiu para a redução do número de vagas para
internamento de 1.159 para 503 mas, de acordo com a reforma, ampliou o número
de vagas em hospitais-dia de 205 para 422. Já o número de atendimentos mensais
nos Caps saltou de 260 para 2.550, enquanto as vagas ambulatoriais cresceram de
7 mil para 26.935.
O evento representa um marco na
história da reforma psiquiátrica em Curitiba, que vem há dez anos consolidando
redes de cuidado que visam garantir os direitos, a desinstitucionalização e a
reintegração social dos portadores de transtorno mental do município.