Publicado em: 10/10/2009
Se a prostituição era o caminho natural de algumas meninas pobres, o tráfico de drogas se mostra vantajoso a um grupo de garotas vulneráveis pela pobreza e pela desagregação familiar.
A migração do crime é observada pelo psicólogo Sérgio Kodato, que coordena o Observatório de Violência e Práticas Exemplares, da USP Ribeirão Preto.
Ele afirma que fatores como a situação de risco, gravidez e outras características apontam à adolescente o tráfico como um meio de obter ganho. O ingresso da menina na delinquência começa pelo consumo de drogas, de acordo com o psicólogo.
Sem uma forma de garantir a independência financeira, não tendo ainda atingido a maioridade, o tráfico passa a exercer uma sedução, segundo Kodato. É nessa situação, diz o pesquisador, que o poder público dever ser mais eficiente. "Se a jovem não conta com uma rede de assistência social eficaz, ela será cooptada pela violência."
Para o especialista, também faltam programas de saúde que tratem do vício do álcool e das drogas, além de projetos de qualificação profissional.