Publicado em: 24/10/2009
nova lei
Equipes da Vigilância Sanitária
municipal foram a casas noturnas do Batel e Largo da Ordem para conscientizar a
população
A menos de três semanas do
início da vigência da lei antifumo, a Vigilância Sanitária municipal deflagrou
ontem uma blitz educativa visando à conscientização da população para a nova
norma na região central de Curitiba. Cinco duplas percorreram bares,
restaurantes e casas noturnas do centro histórico e do bairro do Batel,
conversando com os donos e gerentes e distribuindo material de divulgação,
inclusive para os clientes. As equipes partiram do Largo da Ordem às 19h30 e a
previsão era visitar 200 estabelecimentos até as 2 horas de hoje. A lei entra
em vigor no dia 19 de novembro.
Munidos de um equipamento
chamado monoxímetro, os agentes de saúde mediram o teor de contaminação dos
trabalhadores por monóxido de carbono, gás presente na fumaça do cigarro e que
é extremamente tóxico, por ter maior afinidade com a hemoglobina do sangue que
o oxigênio. Doses elevadas de monóxido, como as produzidas pela queima
incompleta do gás de cozinh a em aquecedores de água desregulados, podem até
matar.
O primeiro exame já revelou os
efeitos nocivos da exposição involuntária à fumaça do cigarro. Não fumante, o
garçom Alisson Gonçalves, de 22 anos, há três anos na profissão, se submeteu ao
teste, e a luz amarela do equipamento acendeu. “Como fumante passivo, ele tem o
nível de contaminação de um fumante leve”, explica o médico João Alberto Lopes
Gonçalves, que participou da blitz no Bar do Alemão, no Largo da Ordem. “Me
assustei bastante”, conta o garçom. “Com essa lei, vai melhorar bastante para a
gente.”
O gerente do Bar do Alemão,
Vílson Luiz Panini, recebeu material informativo entregue pelo diretor do
Centro de Saúde Ambiental, órgão da Secretaria Municipal da Saúde, Sezifredo
Paz. Os folhetos trazem o texto integral da lei, que entra em vigor no dia 19
do mês que vem. Segundo o gerente, o bar tem capacidade para atender 470
pessoas sentadas, mas a lotação pode chegar a cerca de mil pessoas nos dias de
maior movimento. “Cerca de 50% dos frequentadores são fumantes”, estima.
Panini foi avisado que será
responsável pelo comportamento dos clientes dentro do bar, devendo orientá-los
a respeitar a norma. “Caso eles insistam em descumprir a lei, você pode chamar
uma autoridade policial”, diz Sezifredo. Panini acredita que não terá
problemas. “As pessoas estão se conscientizando, e a lei tem que ser
respeitada.”
Mas nem todas as pessoas pensam
assim. “Sou fumante e acho a lei incorreta, porque não prevê os fumódromos”,
critica o cliente Laerte Ferraz. “É restritiva à liberdade. Quando a lei entrar
em vigor, vou cumpri-la, mas também vou deixar de frequentar uma série de
lugares.”
Ações
A partir da semana que vem, outras
áreas deverão ser visitadas, como os bairros de Santa Felicidade e do
Boqueirão. “A intenção é percorrer os principais locais da vida noturna
curitibana”, explica Sezifredo. Para ele, essas ações preliminares permitirão
perceber os ajustes que poderão ser feitos quando a lei entrar em vigor. “Vamos
ver como as equipes serão recebidas”, diz.
A partir do início da vigência
da lei, começam as ações de fiscalização para valer. “Vamos trabalhar mais dias
por semana e até bem mais tarde”, garante Sezifredo.