Recurso no STF tenta derrubar lei do PR

Publicado em:  10/12/2009


Proibição reduziu em quatro vezes a concentração de monóxido de carbono nos ambientes de bares

Antifumo


Confederação de Turismo vai à Justiça para pedir a volta dos fumódromos no estado. Projeto pode tornar restrição ao tabaco nacional

A lei antifumo do Paraná é objeto de ação direta de inconstitucionalidade (Adin) ajuizada pela Confederação Nacional do Turismo (CNTur) no último dia 2. Para a entidade, a norma paranaense se opõe à legislação federal em vigor, que permite as áreas reservadas para fumantes em ambientes fechados, os chamados fumódromos.

 

Na ação, a CNTur argumenta que a lei antifumo do Paraná não se limita a suplementar – o que seria lícito, pois União, estados-membros e o Distrito Federal têm competência concorrente para legislar na área da saúde –, mas chega a derrogar (revogar parcialmente) a legislação federal, que prevê os fumódromos. A entidade já havia ingressado anteriormente com Adin contra a lei antifumo paulista. O então advogado-geral da União, José Antônio Dias Toffoli, emitiu parecer pela inconstitucionalidade da lei. As duas ações aguardam julgamento.

Reviravolta

 

Três projetos de lei em tramitação no Senado Federal, alterando a legislação antifumo, poderão ser decisivos para o julgamento das Adins. Duas das propostas mantêm os fumódromos. “Vamos aguardar a definição da norma nacional”, diz o diretor de Comu­­nicação da CNTur, José Osório Naves.

 

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) adiou para a próxima quarta-feira a votação do parecer da relatora, Marina Silva (PV-AC), favorável ao projeto de lei do senador Tião Viana (PT-AC), que proíbe o fumo em ambientes fechados de uso coletivo em todo o país, acabando com as áreas reservadas aos fumantes. A proposta vai ao encontro de normas semelhantes, como as leis questionadas pela CNTur e a lei municipal antifumo de Curitiba.

 

“A proposta do senador Tião Viana é radical”, avalia Naves. Ele não esconde a preferência da entidade pelo projeto do senador Romero Jucá (PMDB-RR), que prevê a manutenção dos fumódromos. A terceira proposta em análise pela comissão é a do senador Magno Malta (PR-ES), que também mantém espaços destinados aos fumantes.

 

Se for aprovada pela CCJ na semana que vem, a proposta de Viana seguirá para votação pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) em caráter terminativo, ou seja, sem necessidade de discussão no plenário da Casa.

 

Sem cigarro, cai taxa de poluentes

São Paulo - Passados exatos quatro meses da vigência da lei antifumo de São Paulo, um estudo do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas, inédito no Brasil, segundo a Secretaria da Saúde, revela que a proibição reduziu em quatro vezes a concentração de monóxido de carbono nos ambientes fechados. O índice do poluente em 710 locais pesquisados, medido antes da vigência da lei e três meses após, caiu de cinco partes para apenas uma parte por milhão.

“Isso significa sair de um período de horas parado em um túnel congestionado e ir diretamente para um parque arborizado”, disse Jaqueline Issa, cardiologista do Incor.

Folhapress



 


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