Publicado em: 19/04/2010
Segundo especialista, mudanças não alteram principais preocupações para a prática da psiquiatria
O novo Código de Ética Médica, revisado pelo Conselho Federal de Medicina após mais de 20 anos de vigência da antiga edição apresenta mudanças importantes para a prática da profissão, como a previsão de cuidados paliativos, o reforço à autonomia do paciente e regras para reprodução assistida e a manipulação genética. Também prevê a extensão de seu alcance aos médicos em cargos de gestão, pesquisa e ensino.
Na área de psiquiatria, entretanto, não ocorreram grandes mudanças. Segundo o presidente da Sociedade Paranaense de Psiquiatria e conselheiro do Conselho Regional de Medicina do Paraná, Marco Antonio Bessa, as principais questões éticas da especialidade se mantiveram. "Acredito que o grande desafio continue sendo respeitar a autonomia do paciente, quando ele não está em condições de tomar decisões, como nos quadros psicóticos, maníacos e mesmo na depressão", comentou.
Para ele, outros casos que precisam de atenção especial são as situações de ideação ou planejamento de suicídio, nas quais é necessário proteger o paciente, de dependência química, em que o usuário não consegue controlar o consumo, abandona suas atividades e por vezes não aceita o tratamento, e situações em que o paciente necessita de hospitalização involuntária.
"Nessas condições o psiquiatra deve deixar todos os riscos muito claros para o paciente e a família, bem como manter um registro completo das informações e decisões em prontuário. Em situações limite, deve informar o ministério público", orientou Bessa.
Para mais informações sobre o novo Código de Ética Médica, visite o site do CFM.