Dilma critica quem defende menor rigor às drogas

Publicado em:  24/04/2010

Eleição

Afirmação da pré-candidata do PT foi considerada uma crítica velada ao ex-presidente FHC, defensor da posse de maconha para uso pessoal

A pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, condenou ontem iniciativas no Brasil favoráveis à descriminalização de substâncias entorpecentes. A afirmação da ex-ministra da Casa Civil foi considerada uma crítica velada ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, defensor de que a posse de maconha para uso pessoal não seja considerada crime.

Em entrevista a uma rádio de Uberaba (MG), Dilma aproveitou para provocar os tucanos ao afirmar que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva "melhorou muito" a distribuição da renda no país, "porque subir na vida era uma coisa que tinha acabado no Brasil".

Ao responder sobre as propostas para o combate a uma verdadeira "epidemia" de crack no Brasil, ela disse que a droga é como uma "praga", que "penetrou em pequenas cidades, no interior do país, nas zonas de periferia e atingiu um conjunto imenso da população".

Para a petista, as autoridades não podem ser seduzidas por ideias de descriminalização das drogas. "Acho que a gente não pode ser seduzido pelas políticas de descriminalização da droga quando no Brasil a gente vê um caso tão grave como esse, que é o crack. Eu darei extrema prioridade a combatê-lo", afirmou.

Conforme Dilma, o problema deve ser enfrentado com o tripé "autoridade, carinho e apoio". "Apoio para impedir que mais jovens caiam nessa armadilha fatal, carinho para cuidar dos que precisam se libertar do vício e autoridade para combater e derrotar os traficantes".

Segundo ela, para o sucesso de uma política anti crack, é crucial uma campanha que envolva as mães, pois o usuário, para manter o consumo, é geralmente levado a vender a droga.

Prioridades

Dilma reiterou que estabeleceu três prioridades na área social: saúde, segurança pública e educação, sendo que o investimento na área educacional é fundamental para ampliar a distribuição de renda.

"A renda no Brasil é distribuída muito desigualmente. Nós melhoramos muito isso. Tiramos 24 milhões de pessoas da miséria, elevamos 30 milhões para a classe C. Porque subir na vida era uma coisa que tinha acabado no Brasil", disse. "Veja que coisa interessante: o Brasil há muito tempo na sua pirâmide social não deixava as pessoas subirem na vida".

Questionada sobre a má qualidade do serviço do Sistema Único de Saúde (SUS), Dilma lamentou a "perda enorme" de recursos que a área sofreu com o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). E admitiu que a rede da saúde "precisa ser reforçada cada dia mais". "Acho que o Brasil vai crescer e nós vamos ter mais recursos para investir em saúde", comentou.

 

 


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