Publicado em: 24/06/2010
Esse é o índice de jovens sob risco de desenvolver dependência, segundo pesquisa da Senad nas 27 capitais
"Quanto mais precoce o uso, maiores as chances de dependência", diz um dos responsáveis pelo levantamento
Um em cada cinco universitários brasileiros (22%) está sob risco de desenvolver dependência de álcool, de acordo com o mais recente levantamento realizado em universidades públicas e privadas do país.
O risco é considerado moderado para 19,2% e elevado para 2,6%, segundo a pesquisa encomendada pela Senad (Secretaria Nacional Antidrogas). Para o estudo, foram entrevistados cerca de 18 mil estudantes, nas 27 capitais do país em 2009.
O risco foi calculado levando em conta um teste desenvolvido pela OMS (Organização Mundial da Saúde) sobre frequência e consumo pesado de bebidas.
O levantamento também mostrou que o per igo quanto a uma possível dependência de álcool é maior para os homens (29%) do que para as mulheres (16%).
"Quanto mais precoce o uso de álcool, maiores as chances de desenvolver uma dependência alcoólica", disse o médico Arthur Guerra, um dos responsáveis pelo levantamento.
Os dados revelam que o jovem brasileiro começa a beber cedo -80% dos universitários com menos de 18 anos responderam já ter consumido bebida alcoólica.
Além disso, dentro das faixas etárias, os jovens de 18 a 24 anos são os que mais bebem.
O consumo pesado (cinco ou mais doses para homem e quatro ou mais doses para mulheres, num período de duas horas) atinge um patamar preocupante.
Um em cada quatro universitários afirmou ter bebido nesse padrão nos 30 dias anteriores ao teste.
Quase metade dos estudantes já usou droga
Quase metade dos universitários brasileiros já fez uso de alguma substância ilícita. Segundo a pesquisa, aproximadamente 40% utilizaram duas ou mais drogas nos últimos 12 meses.
A maconha é uma das substância ilícitas mais usadas entre os universitários, e 8% dos jovens estão sob risco de desenvolver dependência da droga.
A pesquisa trouxe dados específicos sobre os alunos da USP. Na instituição, o uso de maconha nos 30 dias anteriores ao teste caiu de 16,6% (em 2001) para 13,5% (em 2009).