Publicado em: 26/06/2010
Médicos na Europa vão receber só quatro caixas de cada remédio como brinde até dois anos após o lançamento das drogas
A EFPIA (Federação Europeia das Indústrias e Associações Farmacêuticas), representante dos 40 maiores laboratórios europeus, anunciou ontem que vai restringir a doação de amostras grátis aos médicos e tornar pública a ajuda financeira dada a associações de pacientes.
A medida faz parte de um novo código de ética da entidade. O grupo decidiu fixar em quatro o número de caixas de remédios dadas gratuitamente aos médicos.
A distribuição das amostras acontecerá, no mais tardar, até dois anos após a chegada de um novo medicamento ao mercado.
"A nossa indústria precisa estar em contato com as expectativas da sociedade tanto em relação a uma maior transparência quanto a um maior compromisso com altos padrões éticos", disse Andrew Witty, presidente da EFPIA e CEO da GlaxoSmithKline (GSK).
No Brasil, não há limite estabelecido nem da quantidade de caixas de amostras grátis distribuídas aos médicos, nem de prazo para a distribuição delas no país.
Uma resolução da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) estabelece que a amostra de um antibiótico, por exemplo, deve conter o tratamento completo.
Segundo Nelson Mussolini, vice-presidente do Sindusfarma (sindicato paulista das indústrias farmacêuticas), as empresas costumam seguir as orientações da matriz com as adequações que o mercado local exige.
Ele afirma que o prazo de dois anos para divulgação de um novo remédio é curto demais para um país com as dimensões do Brasil.
O novo código europeu estabelece normas para a relação dos laboratórios com as associações de pacientes. Fica vetada, por exemplo, a promoção de medicamentos sujeitos à prescrição médica. Ao m esmo tempo, as associações também não podem ser envolver com essa atividade.
Todo acordo com as associações de doentes deverá ser por escrito, com a descrição do valor do financiamento e da sua finalidade.
As informações devem ser divulgadas ao público e atualizadas pelo menos uma vez por ano, segundo a EFPIA.