Publicado em: 23/05/2011
Segundo Datafolha, 42% dos entrevistados com nível superior e 45% das classes A/B concordam com a prática
Para especialista, pais mais pobres ficam incomodados por não poderem ceder a apelos de consumo dos filhos
Distribuir folhetos e brindes dentro das escolas, vender produtos com o aval de diretores nas salas de aula.
Quanto maior escolaridade e renda, mais toler Para Isabella Henriques, coordenadora do projeto Criança e Consumo do Instituto Alana, um motivo para essa resistência é o fato de os pais com menor poder aquisitivo ficarem mais incomodados em não poder ceder aos apelos dos filhos.
Marilene Proença, do Conselho Federal de Psicologia, concorda. "Os que têm mais acesso ao consumo talvez nunca tenham visto [a propaganda] como um problema."
O segundo motivo mais citado entre os que concordam com a propaganda é "po der conhecer e experimentar novos produtos", argumento que, segundo Henriques, está ligado ao consumismo.
Para ela, as ações são prejudiciais às crianças porque não entendem o caráter persuasivo da mensagem. Para piorar, diz, quando a ação ocorre na escola, tem a chancela dos professores.
LEGISLAÇÃO
Apesar de reprovada pela maioria dos entrevistados, a publicidade em escolas não é proibida na legislação.
Na semana passada, voltou a ser discutido no Congresso projeto de lei que restringe propaganda voltada ao público infantil, mas, por enquanto, o texto não prevê vetos em ambiente escolar.
O Simeesp, sindicato das escolas particulares de São Paulo, diz que não dá nenhuma orientação sobre permitir ou não ações publicitárias.
A Secretaria Municipal de Educação de São Paulo diz que esse tipo de ação é proibida nas escolas da rede. Na Secretaria Estadual, não há uma proibição, e cada caso