Plano contra o crack prevê câmeras em cracolândias

Publicado em:  08/12/2011

Brasília - O governo federal lançou ontem um plano nacional para o enfrentamento do crack, com investimento estimado de R$ 4 bilhões, que prevê medidas nas áreas de sa© úde e segurança pública. O programa era uma das promessas de campanha da então candidata Dilma Rousseff.

Uma das medidas anunciadas em cerimônia no Palácio do Planalto é a instalação de câmeras em locais onde se concentram usuários da droga - as chamadas cracolândias. ''Com câmeras fixas nesses territórios, teremos imagens que permitirão a fiscalização e policiamento dessas áreas'', afirmou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

O ministro disse que as centrais de monitoramento também vão poder evitar eventuais ''desvios de conduta'' das autoridades. A intenção é manter um policiamento ostensivo nessas regiões e revitalizar esses espaços.

Com o slogan ''Crack, é possível vencer'', as ações do plano de combate ao crack estão divididas em três eixos: atendimento aos dependentes e seus familiares, combate ao tráfico de drogas e prevenção. Estados e municípios também devem colaborar com a iniciativa da União.

''O crack para nós hoje, na saúde pública, tem a mesma dimensão desse desafio [de combate à Aids]. (...) Tecnicamente, estamos diante de uma epidemia do crack no País'', disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em referência ao aumento de número de casos de dependentes químicos e de sua distribuição no País.

O plano prevê um total de 308 consultórios de rua em todo o País, até 2014. Formados por médicos, enfermeiros e psicólogos, devem atender os usuários de droga, com foco para a população em situação de rua.

Outra novidade do plano é a criação de enfermarias especializadas nos hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS). Até 2014, o Ministério da Saúde prevê o repasse de recursos para a criação de 2.462 leitos, que serão usados para atendimentos e internações de curta duração durante crises de abstinência e em casos de intoxicações graves. O valor pago pela diária também crescerá quatro vezes, chegando a R$ 200.

''Para a gente de fato enfrentar e vencer esse desafio, nós temos que ter a cabeça aberta e aceitar todas as iniciativas tomadas pela sociedade. Obviamente, cada uma de acordo com sua responsabilidade e sua competência'', disse a presidente Dilma Rousseff.


 
Johanna Nublat e Flávia Foreque
 

 


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