Adesivo e goma de mascar não evitam recaída entre ex-fumantes

Publicado em:  09/01/2012

Da France Presse

Um estudo realizado pela Escola de Saúde Pública da Universidade Harvard indica que gomas de mascar, adesivos e sprays nasais não ajudam a combater o tabagismo a longo prazo.

A pesquisa que envolveu 787 adultos do Estado de Massachusetts mostrou que as recaídas ocorreram tanto no grupo dos que fizeram a terapia de reposição de nicotina, que recorrem a esses produtos mencionados antes, quanto no que parou de fumar sozinho.

Outro dado: fumantes com alto nível de dependência que recorreram à reposição de nicotina sem o apoio de uma terapia profissional se mostraram duas vezes mais propensos a ter recaídas do que aqueles que não a utilizaram.

Curiosamente, foi idêntica a recaída nos dois grupos analisados entre 2001-2002, 2003-2004 e 2005-2006: um terço voltou a fumar.

O estudo publicado jornal "Tobacco Control" sugere que os fumantes altamente dependentes do cigarro veem a terapia da reposição como uma "pílula mágica".

A popularidade da terapia de reposição de nicotina teve início com o lançamento da primeira goma de mascar em 1984, segundo o artigo. Na época, todos os produtos de reposição de nicotina formavam um mercado avaliado em US$ 45 milhões somente nos EUA.

Desde que foram aprovadas as vendas sem receita desses artigos, em 1996, a indústria saltou para US$ 800 milhões ao ano. Além disso, as vendas de medicamentos prescritos para parar de fumar equivaleram a US$ 841 milhões em 2007.

"Este estudo demonstra a necessidade de a FDA [sigla em inglês de Food and Drug Administration, a agência reguladora de alimentos e medicamentos nos EUA] aprovar apenas medicamentos que tenham sua eficácia comprovada em auxiliar os fumantes a longo prazo e em reduzir a nicotina a fim de diminuir a propensão à dependência causada pelo cigarro", afirmou o coautor do estudo, Gregory Connolly, diretor do Centro para Controle Global do Tabaco, que também é da Harvard.

As taxas de tabagismo nos EUA se equilibraram em 20% da população nos últimos cinco anos, após um período contínuo de queda.


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