Cascavel contrata leitos por falta de clínica a dependentes

Publicado em:  07/03/2012

Terceirização não atende demanda por tratamento

QUANTIDADE DE PESSOAS QUE PRECISA DE AJUDA É MAIOR QUE O NÚMERO DE VAGAS OFERTADAS.

 

A demora para o início dos trabalhos no Cetrad (Centro de Tratamento de Dependentes do Álcool e Drogas), fazem com que a Prefeitura de Cascavel continue a contratar comunidades terapêuticas terceirizadas para amparar os dependentes químicos da cidade.

Ontem (6), o órgão oficial do Município publicou licitação para contratar uma instituição que forneça vagas, masculinas e femininas, para usuários de substâncias psicoativas em Cascavel.

Segundo Iara Agnes da Costa, gerente da Divisão de Saúde Mental da Secretaria de Saúde, serão licitadas 28 vagas, 17 para homens e 11 para mulheres. “O tratamento será de 12 meses, podendo ser prorrogado. O custo total será de R$ 260 mil”, informa.

Para Eugênio Rozetti Filho, presidente do Comad (Conselho Municipal de Políticas Públicas sobre Drogas), a demanda é muito maior que o número de vagas ofertadas, causando dificuldade ao poder público. “A demanda é muito grande. Depois que o Hospital Filadélfia se descredenciou do SUS ficou ainda mais difícil”, explica. “Além disso, algumas entidades daqui não estão legalizadas ou não possuem licença da Vigilância Sanitária, o que dificulta ainda mais o atendimento e o acesso a verbas do Município”, completa.

A construção de uma clínica para dependentes químicos é uma promessa antiga de campanha do prefeito Edgar Bueno e remota ainda de seu primeiro mandato, entre 2000 e 2004.

 

SOLUÇÃO

Os problemas seriam resolvidos ou amenizados se o Cetrad estivesse funcionando. Porém, ainda restam algumas pendências a serem organizadas. Segundo Iara, a discussão está bem adiantada. “Acreditamos que no segundo semestre estaremos atendendo, em princípio, com 40 leitos”, garante.

“Mas ainda precisamos terminar a reforma, contratar e capacitar uma equipe, que provavelmente terá entre 70 e 80 membros”, completa. Iara também afirmou que após o início dos trabalhos será iniciada outra obra, aumentando a capacidade de atendimento para 110 leitos.

Rozetti também acredita que o Cetrad estará funcionando no segundo semestre, mas alerta para os gastos que continuarão até lá. “Enquanto ele não estiver pronto, teremos que encaminhar os dependentes para as comunidades terapêuticas”, destaca.

 

Cetrad

Governo do Estado e Município de Cascavel foram parceiros para a criação da instituição que ocupa uma área de mais de 30 mil metros quadrados, localizada em um antigo seminário no Bairro Interlagos. Quando funcionar, a clínica de recuperação servirá como modelo para o Paraná e outras regiões, atendendo e tratando dependentes químicos da 10ª e 20ª Regional de Saúde, que abrangem 43 municípios.


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