Publicado em: 31/03/2012
Paranavaí, Cianorte e Maringá estiveram representadas durante os eventos realizados nos dias 30 e 31 de março. Esta foi a primeira localidade visitada. Até o final do ano a entidade pretende visitar outros municípios onde há representatividade.
Mais de 25 médicos e residentes da região noroeste estiveram reunidos com o presidente da Sociedade Paranaense de Psiquiatria, André Rotta Burkiewicz, e o vice-presidente da região Noroeste, Milton Toshio Kameoka, durante os dias 30 e 31 de março. O encontro ocorreu em Maringá e teve como foco ampliar o debate acerca da especialidade, possibilitando aos profissionais apresentarem situações que dificultam o exercício da profissão e buscarem soluções conjuntas.
Durantes os eventos, o presidente da entidade ressaltou a importância da união dos especialistas através da sociedade representante dos psiquiatras paranaenses, com intuito de fortalecer as ações implementadas pela entidade e garantir que os anseios da classe em relação à melhoria na saúde pública possam ser analisados pelos órgãos competentes. “Atualmente os psiquiatras não tem influência nas políticas públicas de saúde mental no Paraná, por exemplo”, explica, e ressalta que as decisões nem sempre são embasadas em estudos científicos: “e isso dificulta o nosso trabalho”. Para ele, a partir do momento em que a SPP tiver boa representatividade, mais espaços serão galgados no meio político e, consequentemente, o médico terá “voz ativa na tomada de decisões”.
Esclarecimentos a respeito das ações e campanhas que estão sendo realizadas pela entidade e informações úteis relacionadas à especialidade e à realidade da psiquiatria no Estado foram apresentados durante os encontros. “Conseguimos trazer o Congresso Brasileiro de Psiquiatria para nosso Estado e contamos com o apoio de todos os psiquiatras paranaenses para que o evento tenha o mesmo sucesso de edições anteriores”, conclama, ressaltando que o maior encontro da especialidade da América Latina será realizado de 23 a 26 de outubro de 2013, em Curitiba. Na oportunidade, ele aproveitou para conclamar os profissionais a participar da campanha do Grupo Bandeirantes pelo aumento do rigor nas punições a motoristas que dirigem após o consumo de bebidas alcoólicas.
De acordo com a avaliação dos participantes, a iniciativa da SPP em aproximar os profissionais da entidade de classe foi muito positiva e estimulou não somente a participação ativa dos especialistas junto à entidade, mas também a discussão de problemas que ocorrem na região. De acordo com o psiquiatra Mário Miyazato, há 18 anos na direção do Hospital Psiquiátrico de Maringá, “estamos vivendo hoje uma ‘desmedicamentalização’ da Medicina e uma ‘despsiquiatrialização’ da saúde mental”.
Para o vice-presidente da região, Milton Toshio Kameoka, o encontro foi muito rico, pois proporcionou a oportunidade de “conhecermos e compreendermos as necessidades dos psiquiatras do noroeste para planejar ações práticas no sentido de melhorar as condições de trabalho médico“.
Momento a momento
Na noite de sábado, dia 30, o chefe da residência médica na Universidade Estadual de Maringá (UEM), Mauro Porcu, e seis residentes do Hospital Universitário apresentaram à diretoria as principais dificuldades da região. Falta de medicamentos para tratamento pelo SUS, exigência de exames não disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde para liberação de remédios para algumas doenças foram alguns dos entraves listados. Além disso, eles apontaram os principais dilemas éticos enfrentados pelos profissionais, especialmente relacionados à internação judicial e à falta de leitos.
Na manhã de sábado, 31, médicos de Paranavaí, Cianorte e Maringá falaram dos anseios em relação à SPP. Para os profissionais, há necessidade de realizar uma mobilização política para conscientizar juízes, promotores e acadêmicos dos cursos de direito a respeito das diferenças entre internação involuntária e compulsória, além de apresentar informações sobre a falta de leitos e as dificuldades de atendimento médico aos usuários de drogas e prestar esclarecimentos sobre a área pericial. Uma das ações propostas foi realizar campanhas e eventos de esclarecimento e conscientização à população para diminuir o estigma.
Esta foi a primeira localidade visitada. Até o final do ano, a SPP pretende visitar outros municípios onde há representatividade. A próxima reunião descentralizada está prevista para ocorrer em junho.
Associação Paranaense de Psiquiatria
