Comissão de Educação aprova projeto do Ato Médico

Publicado em:  12/12/2012

<p>&nbsp;</p> <div style="text-align: justify;"> O substitutivo da C&acirc;mara ao Projeto de Lei do Senado (PLS) 268/02, que regulamenta o exerc&iacute;cio da medicina e estabelece quais s&atilde;o as atividades privativas dos m&eacute;dicos, obteve nesta quarta-feira (12) parecer favor&aacute;vel da Comiss&atilde;o de Educa&ccedil;&atilde;o, Cultura e Esporte (CE). O texto ser&aacute; ainda submetido &agrave; Comiss&atilde;o de Assuntos Sociais (CAS) para, em seguida, chegar finalmente ao Plen&aacute;rio.</div> <div style="text-align: justify;"> A aprova&ccedil;&atilde;o ocorreu por unanimidade, ap&oacute;s a realiza&ccedil;&atilde;o de uma audi&ecirc;ncia p&uacute;blica conjunta sobre o tema, promovida pela CE e pela CAS, quando foram ouvidos representantes dos Minist&eacute;rios da Sa&uacute;de e da Educa&ccedil;&atilde;o e do Conselho Nacional de Educa&ccedil;&atilde;o.</div> <div style="text-align: justify;"> Antes da vota&ccedil;&atilde;o, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) sugeriu a forma&ccedil;&atilde;o de uma mesa de negocia&ccedil;&atilde;o, para buscar um consenso entre m&eacute;dicos e outros profissionais de sa&uacute;de, que temem ver suas atividades cerceadas pelas normas contidas no projeto. A senadora Ana Am&eacute;lia (PP-RS), que presidia a reuni&atilde;o, lembrou que o texto voltar&aacute; a ser debatido na CAS, antes da decis&atilde;o final do Plen&aacute;rio.</div> <div style="text-align: justify;"> As principais diverg&ecirc;ncias em torno do texto referem-se ao artigo quarto, onde est&atilde;o definidas as atribui&ccedil;&otilde;es exclusivas dos m&eacute;dicos. Mas o projeto foi submetido &agrave; CE, antes de seguir para a CAS, por tratar do tema da forma&ccedil;&atilde;o profissional. Segundo o substitutivo, s&atilde;o privativos dos m&eacute;dicos o ensino de disciplinas especificamente m&eacute;dicas e a coordena&ccedil;&atilde;o dos cursos de gradua&ccedil;&atilde;o em medicina, dos programas de resid&ecirc;ncia m&eacute;dica e dos cursos de p&oacute;s-gradua&ccedil;&atilde;o espec&iacute;ficos para m&eacute;dicos.</div> <div style="text-align: justify;"> O relator da mat&eacute;ria na CE, senador C&aacute;ssio Cunha (PSDB-PB), optou por manter o texto j&aacute; aprovado anteriormente pela Comiss&atilde;o de Constitui&ccedil;&atilde;o, Justi&ccedil;a e Cidadania (CCJ). Em sua opini&atilde;o, a reda&ccedil;&atilde;o acatada pela CCJ &eacute; a que &ldquo;melhor atende &agrave;s demandas das outras categorias profissionais interessadas no projeto de regulamenta&ccedil;&atilde;o da medicina&rdquo;.</div> <div style="text-align: justify;"> Os 14 itens do artigo quarto do texto aprovado definem quais s&atilde;o as atividades privativas dos m&eacute;dicos. Entre elas, a formula&ccedil;&atilde;o de diagn&oacute;stico nosol&oacute;gico e a respectiva prescri&ccedil;&atilde;o terap&ecirc;utica; a indica&ccedil;&atilde;o e execu&ccedil;&atilde;o de interven&ccedil;&atilde;o cir&uacute;rgica e prescri&ccedil;&atilde;o de cuidados m&eacute;dicos pr&eacute; e p&oacute;s-operat&oacute;rios; a indica&ccedil;&atilde;o da execu&ccedil;&atilde;o e execu&ccedil;&atilde;o de procedimentos invasivos; e a execu&ccedil;&atilde;o de sedu&ccedil;&atilde;o profunda, bloqueios anest&eacute;sicos e anestesia geral.</div> <div style="text-align: justify;"> &nbsp;</div> <div style="text-align: justify;"> Audi&ecirc;ncia</div> <div style="text-align: justify;"> A &uacute;ltima audi&ecirc;ncia sobre o projeto antes da vota&ccedil;&atilde;o ocorreu em uma reuni&atilde;o conjunta da CE e da CAS, encerrada minutos antes da realiza&ccedil;&atilde;o da reuni&atilde;o da CE durante a qual a mat&eacute;ria foi colocada em vota&ccedil;&atilde;o.</div> <div style="text-align: justify;"> Durante a audi&ecirc;ncia, a coordenadora geral do Departamento de Gest&atilde;o e da Regula&ccedil;&atilde;o do Trabalho em Sa&uacute;de, do Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de, Miraci Mendes, elogiou o substitutivo em debate, mas observou que ainda existiam resist&ecirc;ncias a alguns pontos da proposta por parte de conselhos profissionais ligados &agrave; &aacute;rea da sa&uacute;de. Para ela, &ldquo;seria fundamental continuar o di&aacute;logo&rdquo;, a fim de se alcan&ccedil;ar um acordo entre todos os profissionais da &aacute;rea de sa&uacute;de.</div> <div style="text-align: justify;"> O secret&aacute;rio de Educa&ccedil;&atilde;o Superior do Minist&eacute;rio da Educa&ccedil;&atilde;o, Amaro Henrique Lins, considerou importante a aprova&ccedil;&atilde;o de um projeto que defina as atribui&ccedil;&otilde;es dos m&eacute;dicos, mas lembrou que cabe ao profissional m&eacute;dico &ldquo;trabalhar de forma harmoniosa em equipe&rdquo;. Por sua vez, o representante do Conselho Nacional de Educa&ccedil;&atilde;o, Luis Roberto Liza Curi, ressaltou a necessidade de flexibiliza&ccedil;&atilde;o da forma&ccedil;&atilde;o dos profissionais de sa&uacute;de, levando em conta a interdisciplinaridade.</div> <div style="text-align: justify;"> Durante o debate, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) disse que a disputa entre os diversos profissionais da &aacute;rea de sa&uacute;de em torno do projeto era a &ldquo;prova mais cabal da crise da sa&uacute;de brasileira&rdquo;. Vanessa Grazziotin pediu que se ampliasse o di&aacute;logo a respeito do tema, uma vez que as diverg&ecirc;ncias limitavam-se a poucos pontos, como o dispositivo que considera o diagn&oacute;stico nosol&oacute;gico atribui&ccedil;&atilde;o dos m&eacute;dicos.</div> <div style="text-align: justify;"> O senador Cyro Miranda (PSDB-GO) recordou que o tema vem sendo debatido h&aacute; mais de 10 anos no Congresso Nacional. Da mesma forma, o senador Paulo Davim (PV-RN) considerou falsa a ideia de que existiria uma &ldquo;guerra santa&rdquo; entre os diversos profissionais de sa&uacute;de. O senador Waldemir Moka (PMDB-MS) pediu aos cr&iacute;ticos da proposta para que apontassem, com objetividade, onde estaria no projeto o impedimento do exerc&iacute;cio de outras profiss&otilde;es. Por sua vez, o senador Jo&atilde;o Capiberibe (PSB-AP) lembrou que existem 365 munic&iacute;pios no pa&iacute;s onde n&atilde;o h&aacute; nenhum m&eacute;dico. As equipes de profissionais de sa&uacute;de desses munic&iacute;pios, observou, dependeriam ent&atilde;o de m&eacute;dicos residentes em outros munic&iacute;pios.</div>


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