Caps II é fechado em Curitiba

Publicado em:  08/01/2013

<p>&nbsp;</p> <div style="text-align: justify;"> <img alt="" src="http://www.psiquiatria-pr.org.br/userfiles/images/tn_620_600_clinica_omega_08012013.jpg" style="width: 350px; height: 233px;" />Cl&iacute;nica atendia 220 pacientes e tinha fila de espera de 105</div> <div style="text-align: justify;"> &nbsp;</div> <div style="text-align: justify;"> &nbsp;</div> <div style="text-align: justify;"> <em>Centro de Aten&ccedil;&atilde;o Psicossocial &Ocirc;mega, no Rebou&ccedil;as, deixou de funcionar depois do n&atilde;o cumprimento de portaria. &Eacute; a segunda cl&iacute;nica que fecha em menos de dois anos</em></div> <div style="text-align: justify;"> &nbsp;</div> <div style="text-align: justify;"> O Centro de Aten&ccedil;&atilde;o Psicossocial II (Caps) &Ocirc;mega, no Rebou&ccedil;as, em Curitiba, deixou de funcionar na manh&atilde; de ontem e os pacientes atendidos devem ser transferidos para os outros 13 centros restantes. O n&atilde;o cumprimento de uma portaria que mudava a forma de repasse para a sa&uacute;de mental, publicada em agosto de 2012 e que entrou em vigor neste m&ecirc;s, impossibilitou a continuidade da parceria com a prefeitura municipal e o Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de. Segundo os propriet&aacute;rios da Cl&iacute;nica &Ocirc;mega, a nova gest&atilde;o procurou outras formas de dar continuidade, mas informou na &uacute;ltima sexta-feira que n&atilde;o havia possibilidade de fazer o contrato necess&aacute;rio.</div> <div style="text-align: justify;"> &nbsp;</div> <div style="text-align: justify;"> Guilherme e Let&iacute;cia G&oacute;is, propriet&aacute;rios da &Ocirc;mega, afirmam que a cl&iacute;nica j&aacute; estava ciente das adequa&ccedil;&otilde;es desde outubro, mas o contrato s&oacute; come&ccedil;ou a ser desenhado em dezembro. &ldquo;Todos os documentos foram enviados &agrave; gest&atilde;o anterior, mas o processo n&atilde;o ocorreu a tempo&rdquo;, explica. O contrato era emergencial e previa uma diminui&ccedil;&atilde;o de R$ 6 mil nos repasses, o que dificultaria o funcionamento do centro. D&iacute;vidas do munic&iacute;pio com a empresa tamb&eacute;m dificultaram o atendimento. &ldquo;N&atilde;o recebemos desde setembro e n&atilde;o ter&iacute;amos como continuar atendendo&rdquo;, diz G&oacute;is.</div> <div style="text-align: justify;"> &nbsp;</div> <div style="text-align: justify;"> H&aacute; pouco mais de um ano, em agosto de 2011, outro Caps foi fechado. A Federa&ccedil;&atilde;o Esp&iacute;rita do Paran&aacute;, mantenedora do Caps II Bom Retiro, pediu o descredenciamento do servi&ccedil;o. O motivo foi o descontentamento com os cerca de R$ 30 mil por m&ecirc;s que eram repassados &agrave; institui&ccedil;&atilde;o pelo Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de.</div> <div style="text-align: justify;"> &nbsp;</div> <div style="text-align: justify;"> Entenda</div> <div style="text-align: justify;"> &nbsp;</div> <div style="text-align: justify;"> A Portaria n&ordm; 854/SAS de 22 de agosto de 2012 modificou a forma de pagamento dos Caps. Anteriormente, os repasses eram feitos pelo n&uacute;mero de pacientes, sem contratos entre o local e o governo. No caso da &Ocirc;mega, a pr&oacute;pria cl&iacute;nica era nomeada para cuidar do centro e recebia os repasses federais via prefeitura. Al&eacute;m disso, um contrato com a gest&atilde;o municipal era exigido. A nova portaria determina que os pagamentos ser&atilde;o feitos em um montante fechado, o que reduziria os valores em alguns casos.</div> <div style="text-align: justify;"> &nbsp;</div> <div style="text-align: justify;"> Impasse</div> <div style="text-align: justify;"> &nbsp;</div> <div style="text-align: justify;"> Para os propriet&aacute;rios, a gest&atilde;o que assumiu na semana passada afirmou n&atilde;o poder assinar um contrato com o or&ccedil;amento fechado. A secretaria de Sa&uacute;de formou uma comiss&atilde;o com coordenadores de outros Caps para lidar com a transfer&ecirc;ncia dos pacientes. At&eacute; quinta-feira, todos os pacientes devem ser reinseridos.</div> <div style="text-align: justify;"> &nbsp;</div> <div style="text-align: justify;"> Vald&iacute;ria Maria Alan era uma das mais emocionadas ontem. Seu filho Anderson, de 35 anos, &eacute; atendido h&aacute; 15 pela equipe do Centro e sofre de esquizofrenia. &ldquo;Tenho medo de contar para ele o que est&aacute; acontecendo. Ele n&atilde;o lida bem com mudan&ccedil;as&rdquo;, disse, chorando. Silmare Lemes, 37 anos, &eacute; atendida h&aacute; tr&ecirc;s anos pela &Ocirc;mega e diz ter ficado com &ldquo;um buraco no cora&ccedil;&atilde;o&rdquo;.</div> <div style="text-align: justify;"> &nbsp;</div> <div style="text-align: justify;"> A cl&iacute;nica continua com atendimento ambulatorial pelo SUS e pretende ter atendimento particular e por conv&ecirc;nio para os usu&aacute;rios do Caps que preferirem continuar com a mesma equipe. Entretanto, os propriet&aacute;rios n&atilde;o descartam a demiss&atilde;o de funcion&aacute;rios.</div> <div style="text-align: justify;"> &nbsp;</div> <div style="text-align: justify;"> Repercuss&atilde;o</div> <div style="text-align: justify;"> Tratamento de sa&uacute;de mental &eacute; negligenciado, afirmam especialistas</div> <div style="text-align: justify;"> &nbsp;</div> <div style="text-align: justify;"> Para psiquiatras, o fechamento do Caps representa um descaso dos governos com o tratamento de sa&uacute;de mental.</div> <div style="text-align: justify;"> &nbsp;</div> <div style="text-align: justify;"> &ldquo;O fechamento de um Caps &eacute; uma trag&eacute;dia&rdquo;, diz o psiquiatra Dagoberto Requi&atilde;o. Segundo ele, os problemas burocr&aacute;ticos s&atilde;o resolv&iacute;veis frente &agrave;s dificuldades do tratamento, que, para ele, sofre preconceito dos governos. &ldquo;O Caps acaba se tornando uma fam&iacute;lia, onde pacientes e familiares compartilham sua experi&ecirc;ncia. &Eacute; inadmiss&iacute;vel que isso seja feito assim&rdquo;, afirma.</div> <div style="text-align: justify;"> &nbsp;</div> <div style="text-align: justify;"> O presidente da Sociedade Paranaense de Psiquiatria (SPP), Andr&eacute; Rotta, considera que a preocupa&ccedil;&atilde;o maior &eacute; em rela&ccedil;&atilde;o a como os pacientes ser&atilde;o atendidos. &ldquo;As mudan&ccedil;as n&atilde;o podem ser t&atilde;o dr&aacute;sticas, mesmo com a transi&ccedil;&atilde;o da gest&atilde;o. A sociedade est&aacute; disposta a discutir essas situa&ccedil;&otilde;es, mas n&atilde;o fomos procurados&rdquo;, diz.</div> <div style="text-align: justify;"> &nbsp;</div> <div style="text-align: justify;"> Rotta tamb&eacute;m destaca que h&aacute; rumores de que a prefeitura quer municipalizar o servi&ccedil;o, o que deve acarretar o fechamento de mais um Caps privado. Outro receio da SPP &eacute; a altera&ccedil;&atilde;o, pedida em decreto federal, de que os Caps II se tornem III, exigindo atendimento 24 horas, mas sem a presen&ccedil;a de um m&eacute;dico no per&iacute;odo da noite.</div> <div style="text-align: justify;"> &nbsp;</div> <div style="text-align: justify;"> Veja a <a href="http://g1.globo.com/videos/parana/paranatv-2edicao/t/edicoes/v/centro-atendimento-psico-social-em-curitiba-anuncia-fechamento/2333748/">reportagem</a> publicada pela RPCTV.</div> <div> &nbsp;</div> <div> &nbsp;</div>


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