São Paulo teve mais de 5,3 mil internações involuntárias de dependentes químicos em 2012

Publicado em:  24/01/2013

<p>&nbsp;</p> <h1 class="title" style="margin: 2px 0px 9px; font-family: Verdana, Helvetica, sans-serif;"> <em style="color: rgb(0, 0, 0); font-size: 13px; line-height: 1.5em;">Da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></h1> <div class="node" style="margin: 0.5em 0px 2em; color: rgb(0, 0, 0); font-family: Verdana, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19.5px;"> <div class="content" style="line-height: 1.5em; margin: 0.5em 0px;"> <p style="margin-bottom: 0.9em; line-height: 1.5em;">O Minist&eacute;rio P&uacute;blico do Estado de S&atilde;o Paulo (MP-SP) informou que, no ano passado, foram feitas 5.335 interna&ccedil;&otilde;es involunt&aacute;rias de usu&aacute;rios de &aacute;lcool e drogas no estado. Novembro foi o m&ecirc;s com maior n&uacute;mero de interna&ccedil;&otilde;es, com 859 casos. A interna&ccedil;&atilde;o involunt&aacute;ria &eacute; feita a pedido da fam&iacute;lia, sem consentimento do paciente. Desde 2001, institui&ccedil;&otilde;es hospitalares e comunidades terap&ecirc;uticas que fizerem este tipo de interna&ccedil;&atilde;o t&ecirc;m at&eacute; 72 horas para comunica-l&aacute; ao MP-SP. Na &uacute;ltima d&eacute;cada, 2010 foi o ano com maior n&uacute;mero de notifica&ccedil;&otilde;es, com 6.103.</p><p style="margin-bottom: 0.9em; line-height: 1.5em;">Segundo o promotor de Justi&ccedil;a Eduardo Ferreira Val&eacute;rio, coordenador de Direitos Humanos do MP-SP, a notifica&ccedil;&atilde;o &eacute; fundamental para evitar que a interna&ccedil;&atilde;o involunt&aacute;ria seja utilizado para pr&aacute;tica de c&aacute;rcere privado. &quot;&Eacute; uma interna&ccedil;&atilde;o feita sem o controle judicial. Ent&atilde;o, o Minist&eacute;rio P&uacute;blico &eacute; comunicado para que se garanta que n&atilde;o h&aacute; priva&ccedil;&atilde;o de liberdade indevida do paciente&quot;, explicou. Outro tipo de interna&ccedil;&atilde;o,&nbsp;<a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-01-24/sao-paulo-registra-primeira-internacao-compulsoria-apos-projeto-para-agilizar-tratamento-de-usuarios-" style="text-decoration: initial; font-weight: bold; color: rgb(0, 68, 153);">a compuls&oacute;ria</a>, necessita de autoriza&ccedil;&atilde;o da Justi&ccedil;a, pois ocorre quando o dependente vai para tratamento sem consentimento pr&oacute;prio ou da fam&iacute;lia.</p><p style="margin-bottom: 0.9em; line-height: 1.5em;">O balan&ccedil;o dos &uacute;ltimos dez anos mostra que, em 2003, foram registradas 763 notifica&ccedil;&otilde;es. O n&uacute;mero foi crescendo nos anos seguintes: 2004, com 1.571; e 2005, com 1.925. Em 2006, houve um recuo e o ano fechou com 845 registros de interna&ccedil;&otilde;es involunt&aacute;rias. A partir de 2007, quando foram contabilizados 5.318 casos, o volume de atendimentos anuais ficou em torno de 5 mil.</p><p style="margin-bottom: 0.9em; line-height: 1.5em;">No ano seguinte, 2008, foram registrados 5.055 casos de interna&ccedil;&atilde;o involunt&aacute;ria. As notifica&ccedil;&otilde;es cresceram em 2009, para 5.374, e chegaram a mais de 6 mil, em 2010. Em 2011, o n&uacute;mero caiu para 5.517, tend&ecirc;ncia que permaneceu no ano passado, com 5.335.</p><p style="margin-bottom: 0.9em; line-height: 1.5em;">Val&eacute;rio destaca que, apesar dos n&uacute;meros crescentes, &quot;n&atilde;o d&aacute; pra dizer se houve de fato um aumento do n&uacute;mero de interna&ccedil;&otilde;es ou se havia uma subnotifica&ccedil;&atilde;o dos casos&quot;. Ele acredita que ainda devem ocorrer interna&ccedil;&otilde;es que n&atilde;o s&atilde;o informadas ao MP. &quot;Especialmente de entidades clandestinas, que funcionam sem registro&quot;, explicou. De acordo com Val&eacute;rio, as entidades que n&atilde;o fizerem a notifica&ccedil;&atilde;o podem sofrer san&ccedil;&otilde;es administrativas por parte da Ag&ecirc;ncia Nacional de Vigil&acirc;ncia Sanit&aacute;ria (Anvisa).</p><p style="margin-bottom: 0.9em; line-height: 1.5em;">Para o psiquiatra Arthur Guerra, coordenador do Grupo de Estudos &Aacute;lcool e Drogas do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Cl&iacute;nicas, o volume de interna&ccedil;&otilde;es involunt&aacute;rias impressiona. &quot;&Eacute; um n&uacute;mero surpreendente. Imaginava que n&oacute;s tiv&eacute;ssemos algumas interna&ccedil;&otilde;es desse tipo, mas n&atilde;o um volume t&atilde;o grande&quot;, disse. Ele pondera, no entanto, que esse dado precisaria ser comparado ao n&uacute;mero total de interna&ccedil;&otilde;es para permitir uma rela&ccedil;&atilde;o percentual com os casos gerais.</p><p style="margin-bottom: 0.9em; line-height: 1.5em;">Guerra destaca que esse tipo de tratamento s&oacute; deve ser aplicado quando o paciente apresenta risco &agrave; pr&oacute;pria sa&uacute;de ou &agrave; sociedade. &quot;Ele deve ser usado sempre em um quadro de exce&ccedil;&atilde;o&quot;, ressaltou.</p><p style="margin-bottom: 0.9em; line-height: 1.5em;">O psiquiatra esclareceu que a reca&iacute;da ap&oacute;s qualquer tipo de tratamento contra drogas &quot;&eacute; normal&quot; dentro do processo. Ele defende, no entanto, que depois de passar pelo per&iacute;odo de desintoxica&ccedil;&atilde;o, que varia de uma semana a dez dias, e ter um diagn&oacute;stico melhor do ponto de vista psiqui&aacute;trico, o paciente deve escolher o que ele quer. &ldquo;Enquanto ele est&aacute; usando a droga, ele n&atilde;o consegue escolher, ele &eacute; obrigado, pela sua condi&ccedil;&atilde;o, a usar&quot;, ressaltou.</p><p style="margin-bottom: 0.9em; line-height: 1.5em;"><em>Edi&ccedil;&atilde;o: Carolina Pimentel</em></p><p style="margin-bottom: 0.9em; line-height: 1.5em;"><em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir as mat&eacute;rias &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave;&nbsp;<strong>Ag&ecirc;ncia Brasil.</strong></em></p></div> </div> <p>&nbsp;</p><p>&nbsp;</p>


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