Publicado em: 31/10/2013
<div style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; color: rgb(0, 0, 0); font-size: 13px; text-align: justify;"> <span style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: arial, helvetica, sans-serif;"><span style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; color: rgb(34, 34, 34);">O Conselho Federal de Medicina (CFM) enviou na quarta-feira (30) nota de esclarecimento aos médicos, na qual comenta a</span> conduta do Governo diante dos pontos que foram fruto do entendimento com sua base aliada no Congresso Nacional antes da votação da “Lei do Mais Médicos” (12.871/13). Para a entidade, embora tenham sido mantidos alguns pontos acertados, <span style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; color: rgb(34, 34, 34);">ao vetar </span>o artigo que abordava a criação de uma carreira federal para o médico no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS)<span style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; color: rgb(34, 34, 34);">, o Poder Executivo</span>descumpriu o compromisso firmado por sua base parlamentar. </span></div> <div style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; color: rgb(0, 0, 0); font-size: 13px; text-align: justify;"> <p style="margin: 0px; padding: 5px;"><span style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: arial, helvetica, sans-serif;"><i style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Leia abaixo a íntegra da nota de esclarecimento:</i><span style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 1.3em;"> </span></span></p></div> <div style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; color: rgb(0, 0, 0); font-size: 13px; text-align: justify;"> <p style="margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 5px; text-align: center;"><span style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: arial, helvetica, sans-serif;"><strong style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">MANIFESTO À NAÇÃO</strong></span></p><p align="center" style="margin: 0px 0px 0.0001pt; padding: 5px; text-align: center;"><span style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: arial, helvetica, sans-serif;"><strong style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Esclarecimentos do CFM aos médicos e à sociedade</strong></span></p><p align="right" style="margin: 0px; padding: 5px;"><span style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: arial, helvetica, sans-serif;">Brasília, 30 de outubro de 2013.</span></p><p style="margin: 0px; padding: 5px;"><span style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: arial, helvetica, sans-serif;">O Conselho Federal de Medicina (CFM) vem externar a toda a sociedade brasileira, em especial à classe médica, sua perplexidade ante a conduta da Presidente da República, Dilma Rousseff, ao desonrar entendimento relativo à aprovação da Medida Provisória 621/2013, efetuado com o aval de seu governo e de sua base aliada no Congresso.</span></p><p style="margin: 0px; padding: 5px;"><span style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: arial, helvetica, sans-serif;">No momento de sancionar a Lei 12.871/13, a Presidente vetou artigo que garantia carreira federal para o médico no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, ressalte-se, os outros pontos foram mantidos, como:</span></p><p style="margin: 0px; padding: 5px;"><span style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: arial, helvetica, sans-serif;"><strong style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> - O direito dos Conselhos de Medicina de não registrar os médicos estrangeiros sem o Revalida, mantendo sua autonomia em respeito à legislação nacional estabelecida e à reciprocidade internacional; além disso, esses intercambistas não são considerados médicos pela lei brasileira;</strong></span></p><p style="margin: 0px; padding: 5px;"><span style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: arial, helvetica, sans-serif;"><strong style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> - A redução de seis para três anos do tempo de permanência no Programa Mais Médicos, com a exigência de aprovação no Revalida para os estrangeiros após o intercâmbio;</strong></span></p><p style="margin: 0px; padding: 5px;"><span style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: arial, helvetica, sans-serif;"><strong style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> - A manutenção da expedição de títulos de especialistas pelas Sociedades Médicas e a não formação de Fórum de Regulação Profissional em Saúde, que atuaria como agência controladora dos Conselhos;</strong></span></p><p style="margin: 0px; padding: 5px;"><span style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: arial, helvetica, sans-serif;"><strong style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> - A promessa da base aliada no Congresso de se empenhar pelo aporte de 15% do PIB (receita líquida), mesmo que no decorrer de três anos.</strong></span></p><p style="margin: 0px; padding: 5px;"><span style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: arial, helvetica, sans-serif;">Ainda que uma parcela de médicos não concordasse com o acordo, devido às orientações anteriores emanadas do ENEM (carreira médica, aporte/custeio do SUS e Revalida), o CFM assumiu essa posição sem prejuízo de ser contra o Programa, pois ele não garante custeio, resolutividade, estrutura, sendo claramente medida com fins eleitorais.</span></p><p style="margin: 0px; padding: 5px;"><span style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: arial, helvetica, sans-serif;">Assim, diante do fato de um governo promover um acordo e não cumpri-lo e dos indícios de que caminhamos para um governo autocrático e sem compromissos democráticos, convidamos a sociedade brasileira a fazer uma profunda reflexão e se mobilizar em defesa da democracia.</span></p><p style="margin: 0px; padding: 5px;"><span style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: arial, helvetica, sans-serif;">Se por um lado, o Governo Federal toma medidas custeadas com dinheiro público preocupado com seu futuro desempenho eleitoral, por outro adota ações preocupantes, tais como:</span></p><p style="margin: 0px; padding: 5px;"><span style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: arial, helvetica, sans-serif;"><strong style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> 1- Não custeio adequado das áreas de Saúde e de Educação;</strong></span></p><p style="margin: 0px; padding: 5px;"><span style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: arial, helvetica, sans-serif;"><strong style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> 2- Tentativa de retirada do poder de investigação do Ministério Público, por meio de projeto de lei apresentado por sua base aliada no Congresso;</strong></span></p><p style="margin: 0px; padding: 5px;"><span style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: arial, helvetica, sans-serif;"><strong style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> 3- Nomeações para altos cargos do Poder Judiciário sem observar conflitos de natureza ética;</strong></span></p><p style="margin: 0px; padding: 5px;"><span style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: arial, helvetica, sans-serif;"><strong style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> 4- Uso de grande volume de recursos para as obras de transposição do Rio São Francisco sem que isso se traduza efetivamente em acesso à água para a população do Nordeste, contribuindo para a continuidade da indústria da seca;</strong></span></p><p style="margin: 0px; padding: 5px;"><span style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: arial, helvetica, sans-serif;"><strong style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> 5- Não execução de aproximadamente R$ 94 bilhões do orçamento destinado ao Ministério da Saúde ao longo dos últimos 12 anos;</strong></span></p><p style="margin: 0px; padding: 5px;"><span style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: arial, helvetica, sans-serif;"><strong style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> 6- Abandono do plano de enfrentamento ao Crack, epidemia que atormenta a sociedade brasileira, com a execução de menos de um terço dos valores anunciados;</strong></span></p><p style="margin: 0px; padding: 5px;"><span style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: arial, helvetica, sans-serif;"><strong style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> 7- Promoção periódica de discurso favorável ao controle dos meios de comunicação;</strong></span></p><p style="margin: 0px; padding: 5px;"><span style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: arial, helvetica, sans-serif;"><strong style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> 8- Adoção de medidas de caráter privatizante no campo da saúde no Brasil e até mesmo sua plataforma continental de petróleo.</strong></span></p><p style="margin: 0px; padding: 5px;"><span style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: arial, helvetica, sans-serif;">Por todo o exposto, nós, médicos, manifestamos preocupação com os destinos do país que, mais do que nunca, necessita de medidas sérias, consequentes e de efeito duradouro, sem cair no apelo fácil do imediatismo, dos equívocos e dos resultados midiáticos.</span></p><p style="margin: 0px; padding: 5px;"><span style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: arial, helvetica, sans-serif;">O CFM envidará todos os esforços para que a sociedade mantenha suas conquistas democráticas e para que a classe médica seja devidamente respeitada por ser legítima guardiã e aliada na defesa da saúde do povo brasileiro.</span></p><p align="center" style="margin: 0px; padding: 5px; text-align: center;"><span style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: arial, helvetica, sans-serif;"><strong style="margin: 0px; padding: 0px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA (CFM)</strong></span></p></div> <p> </p>