Orçamento federal para combate ao crack despreza “epidemia”, diz CFM

Publicado em:  14/01/2014

<p style="margin: 0px; padding: 5px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; color: rgb(0, 0, 0); font-size: 13px; text-align: justify;">Apontado como priorit&aacute;rio pelo governo, o programa federal &quot;Crack, &Eacute; Poss&iacute;vel Vencer&quot; desembolsou apenas 30% previstos no Or&ccedil;amento Geral da Uni&atilde;o para 2013. Dos 558,8 milh&otilde;es autorizados, somente R$ 166,6 milh&otilde;es foram gastos efetivamente. As informa&ccedil;&otilde;es s&atilde;o do Sistema Integrado de Administra&ccedil;&atilde;o Financeira (Siafi), divulgadas recentemente pelo jornal O Globo, e revelam ainda que grande parte dos gastos efetuados no ano passado &ndash; R$ 125 milh&otilde;es &ndash; foram provenientes dos chamados &lsquo;restos a pagar&rsquo; de 2012 &ndash; pagamento que s&atilde;o adiados de um ano para outro.</p><p style="margin: 0px; padding: 5px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; color: rgb(0, 0, 0); font-size: 13px; text-align: justify;">Para o 3&ordm; vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM) e coordenador da C&acirc;mara T&eacute;cnica de Psiquiatria, Emmanuel Fortes, &eacute; lament&aacute;vel a baixa execu&ccedil;&atilde;o do or&ccedil;amento estimado para o combate deste mal que aflige milhares de brasileiros. &ldquo;Entendo que a falta de projetos para a &aacute;rea possa ser uma das causas para este resultado desastroso. No entanto, tomando como exemplo os valores aplicados no &uacute;ltimo ano, fica claro que, mais do que isso, existem profundas falhas na gest&atilde;o federal, que deveria estimular o interesse das entidades estaduais e municipais para que esses recursos fossem de fato utilizados&rdquo;, disse.</p><p style="margin: 0px; padding: 5px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; color: rgb(0, 0, 0); font-size: 13px; text-align: justify;">Fortes ressalta que a falta de investimentos no combate ao crack n&atilde;o &eacute; novidade. Ele lembra que, desde 2011, quando a Uni&atilde;o anunciou a inten&ccedil;&atilde;o de investir R$ 4 bilh&otilde;es no programa, pouco foi feito. &ldquo;J&aacute; estamos quase no fim do prazo estipulado pelo pr&oacute;prio governo como meta (2011 a 2014) e menos da metade, ou seja, R$ 1,9 bilh&atilde;o foi efetivamente aplicado, segundo balan&ccedil;o do programa divulgado na p&aacute;gina&nbsp;<a href="http://www.brasil.gov.br/observatoriocrack/balanco-programa.html" style="margin: 0px; padding: 0px; color: rgb(40, 64, 52); text-decoration: none;">Observat&oacute;rio Crack &eacute; poss&iacute;vel vencer</a>&rdquo;, alertou o representante dos m&eacute;dicos.</p><p style="margin: 0px; padding: 5px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; color: rgb(0, 0, 0); font-size: 13px; text-align: justify;"><strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Baixa execu&ccedil;&atilde;o or&ccedil;ament&aacute;ria</strong>&nbsp;&ndash; Segundo os dados governo, o programa de combate ao crack &eacute; dividido em 15 a&ccedil;&otilde;es. Um deles, chamado de &quot;Enfrentamento ao Crack e outras Drogas&quot;, que no ano passado teve verba autorizada no valor de R$ 129,9 milh&otilde;es, dos quais apenas R$ 82 milh&otilde;es foram executados e R$ 3,4 milh&otilde;es efetivamente pagos. A a&ccedil;&atilde;o prev&ecirc; a contrata&ccedil;&atilde;o direta ou indireta de entidades privadas para a presta&ccedil;&atilde;o de servi&ccedil;os de acolhimento de pessoas com transtornos decorrentes do uso, abuso ou depend&ecirc;ncia de subst&acirc;ncia psicoativa. A meta era ter 10 mil pessoas acolhidas por m&ecirc;s, por meio de acordos firmados com comunidades terap&ecirc;uticas, visando o acolhimento de pessoas com transtornos decorrentes do uso, abuso ou depend&ecirc;ncia de subst&acirc;ncias psicoativas.</p><p style="margin: 0px; padding: 5px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; color: rgb(0, 0, 0); font-size: 13px; text-align: justify;">O item &quot;Servi&ccedil;os de Prote&ccedil;&atilde;o Social de M&eacute;dia Complexidade&quot; teve verba autorizada de RS 28 milh&otilde;es, com execu&ccedil;&atilde;o e pagamento de R$ 20,7 milh&otilde;es (74%). A chamada &quot;Preven&ccedil;&atilde;o e Repress&atilde;o ao Tr&aacute;fico Il&iacute;cito de Drogas e a Crimes Cometidos contra Bens&quot; est&aacute; dividida em duas verbas: a primeira, de RS 21,2 milh&otilde;es, teve executados R$ 15,9 milh&otilde;es e pagos R$ 11,19 milh&otilde;es (52,8%). A segunda verba foi de RS 19,3 milh&otilde;es, com execu&ccedil;&atilde;o de R$ 15,6 milh&otilde;es e pagamento de R$ 12 milh&otilde;es (62,4%).</p><p style="margin: 0px; padding: 5px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; color: rgb(0, 0, 0); font-size: 13px; text-align: justify;">As maiores libera&ccedil;&otilde;es ocorreram nas a&ccedil;&otilde;es ligadas &agrave; Sa&uacute;de, e n&atilde;o &agrave; Seguran&ccedil;a P&uacute;blica. A atividade de &quot;Aten&ccedil;&atilde;o Especializada em Sa&uacute;de Mental&rdquo;, por exemplo, teve verba autorizada de R$ 24,7 milh&otilde;es, com execu&ccedil;&atilde;o de R$ 17,4 milh&otilde;es e pagamento de R$ 15,5 milh&otilde;es (62,8%). Mas h&aacute; casos de pagamentos abaixo de 1% dentro dos recursos do Or&ccedil;amento de 2013. O &quot;Fortalecimento das Institui&ccedil;&otilde;es de Seguran&ccedil;a P&uacute;blica&quot; tinha uma verba de RS 149,1 milh&otilde;es. As despesas foram executadas quase no valor total, em R$ 148,5 milh&otilde;es, mas foram efetivamente pagos apenas R$ 4,6 mil. Ou seja, os pagamentos ficaram para 2014. No caso dos R$ 125 milh&otilde;es de &quot;restos a pagar&quot; desembolsados em 2013, R$ 33,5 milh&otilde;es foram para &quot;Capacita&ccedil;&atilde;o de Agentes do Sistema Nacional de Pol&iacute;ticas Sobre Drogas&quot;.</p><p style="margin: 0px; padding: 5px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; color: rgb(0, 0, 0); font-size: 13px; text-align: justify;">Diretrizes para tratamento &ndash; Preocupado com o crescente n&uacute;mero de dependentes, o CFM lan&ccedil;ou em 2011 um protocolo de assist&ecirc;ncia a usu&aacute;rios e dependentes de crack. O documento, intitulado&nbsp;<a href="http://portal.cfm.org.br/images/stories/pdf/cartilhacrack.pdf" style="margin: 0px; padding: 0px; color: rgb(40, 64, 52); text-decoration: none;">Diretrizes Gerais M&eacute;dicas para Assist&ecirc;ncia Integral ao Usu&aacute;rio do Crack</a>&nbsp;(dispon&iacute;vel aqui) foi formulado pela Comiss&atilde;o de A&ccedil;&otilde;es Sociais da entidade a partir de discuss&otilde;es entre especialistas, pesquisadores e representantes de institui&ccedil;&otilde;es interessadas no tema.</p><p style="margin: 0px; padding: 5px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; color: rgb(0, 0, 0); font-size: 13px; text-align: justify;">As Diretrizes definem conceitos relacionados &agrave; droga e a seu uso, assim como aspectos gerais e espec&iacute;ficos do tratamento. Elas indicam, por exemplo, o encaminhamento que deve ser dado aos usu&aacute;rios de crack no &acirc;mbito do Sistema &Uacute;nico de Sa&uacute;de (SUS), com refer&ecirc;ncia &agrave; estrutura de urg&ecirc;ncias e emerg&ecirc;ncias, das interna&ccedil;&otilde;es psiqui&aacute;tricas em leitos de hospitais gerais, al&eacute;m da defesa das interna&ccedil;&otilde;es em institui&ccedil;&otilde;es psiqui&aacute;tricas. De acordo com Emmanuel Fortes, atualmente h&aacute; uma clara campanha difamat&oacute;ria por parte do Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de contra a interna&ccedil;&atilde;o em hospitais psiqui&aacute;tricos, que, na avalia&ccedil;&atilde;o do m&eacute;dico, &ldquo;ainda s&atilde;o &uacute;teis para o tratamento de pessoas em periclita&ccedil;&atilde;o de vida&rdquo;.<br style="margin: 0px; padding: 0px;" /> &nbsp;<br style="margin: 0px; padding: 0px;" /> O documento, que serve de guia para capacitar m&eacute;dicos para o atendimento de usu&aacute;rios de crack, foi enviado para institui&ccedil;&otilde;es a que est&atilde;o vinculados profissionais que planejam e executam a&ccedil;&otilde;es em sa&uacute;de, como o Minist&eacute;rio e as secretarias estaduais e municipais de sa&uacute;de e os sindicatos e conselhos de medicina.</p>


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