Paraná gera déficit de leitos para atendimento psiquiátrico

Publicado em:  27/01/2014

<div> &nbsp;</div> <div> <ul id="foto" style="margin: 20px auto; padding: 7px; list-style: none; background-color: rgb(235, 235, 235); clear: both; width: 270px; color: rgb(51, 51, 51); font-family: arial; font-size: medium;"><li class="credito" style="margin: 0px; padding: 0px; list-style: none; color: rgb(0, 0, 0); font-size: 10px; line-height: 13px; font-family: arial, Helvetica, sans-serif; text-align: right;">Andr&eacute; Rodrigues / Gazeta do Povo</li><li style="margin: 0px; padding: 0px; list-style: none; color: rgb(0, 0, 0); font-size: 12px; line-height: 15.600000381469727px; font-family: arial, Helvetica, sans-serif;"><img src="http://www.gazetadopovo.com.br/m/midia_tmp/270--hospital_270114.jpg" /></li><li class="legenda" style="margin: 0px; padding: 0px; list-style: none; color: rgb(0, 0, 0); font-size: 12px; line-height: 15.600000381469727px; font-family: arial, Helvetica, sans-serif;">&nbsp;</li></ul><p style="color: rgb(51, 51, 51); font-family: arial; font-size: medium;"><tadmidia src="742520">Desde que a Lei da Reforma Psiqui&aacute;trica entrou em vigor, em 2001, o n&uacute;mero de leitos destinados a internar pessoas com transtornos ps&iacute;quicos ou depend&ecirc;ncia qu&iacute;mica n&atilde;o para de cair. A diretriz nacional aposta no tratamento em rede, com a cria&ccedil;&atilde;o de novos leitos em Centros de Aten&ccedil;&atilde;o Psicossocial (Caps) e em hospitais gerais. No entanto, as vagas criadas nesses centros n&atilde;o acompanha o ritmo de leitos desativados em hospitais psiqui&aacute;tricos.</tadmidia></p><p style="color: rgb(51, 51, 51); font-family: arial; font-size: medium;"><a class="ui-link" href="http://www.gazetadopovo.com.br/m/#ancora" style="outline: none; font-size: 16px; color: rgb(19, 77, 134); text-decoration: none; border-bottom-width: 1px; border-bottom-style: dotted; border-bottom-color: rgb(19, 77, 134);">INFOGR&Aacute;FICO: De 2005 a 2013, Curitiba perdeu 56% dos leitos</a></p><p style="color: rgb(51, 51, 51); font-family: arial; font-size: medium;">Em Curitiba, por exemplo, foram criadas 67 novas vagas em Caps no ano passado, mas 182 leitos do Sistema &Uacute;nico de Sa&uacute;de (SUS) em hospitais foram descredenciados no mesmo per&iacute;odo. Ao todo, a cidade possui 72 leitos em centros de aten&ccedil;&atilde;o, que atendem uma m&eacute;dia de 160 pessoas por m&ecirc;s.</p><p style="color: rgb(51, 51, 51); font-family: arial; font-size: medium;">Em 2005, a capital tinha 542 leitos do SUS para psiquiatria em hospitais. Atualmente, para alcan&ccedil;ar esse &iacute;ndice, o munic&iacute;pio precisaria criar cerca de 170 novos leitos em Caps ou hospitais gerais. &ldquo;Isso que n&atilde;o estamos levando em considera&ccedil;&atilde;o o aumento populacional, que criou necessidades de mais leitos&rdquo;, afirma o presidente da Associa&ccedil;&atilde;o Paranaense de Psiquiatria, Andr&eacute; Rotta. A prefeitura promete, at&eacute; o fim da gest&atilde;o, colocar em funcionamento um total de 350 leitos em Caps.</p><p style="color: rgb(51, 51, 51); font-family: arial; font-size: medium;">Essa tend&ecirc;ncia pode criar um gargalo de atendimento em um setor que historicamente sofre com a falta de vagas. Ao todo, o Paran&aacute; fechou 36% das vagas existentes desde 2005, passando de 3.518 para 2.228 vagas (veja infogr&aacute;fico).</p><p style="color: rgb(51, 51, 51); font-family: arial; font-size: medium;">Rotta ressalta que a lei determina que sejam abertos leitos de atendimento em psiquiatria nos hospitais gerais. &ldquo;Isto n&atilde;o foi feito at&eacute; hoje, quase 12 anos ap&oacute;s a lei ser promulgada. Era para serem abertos leitos em Caps e hospitais gerais, al&eacute;m de resid&ecirc;ncias terap&ecirc;uticas para os pacientes com doen&ccedil;a psiqui&aacute;trica cr&ocirc;nica.&rdquo;</p><p style="color: rgb(51, 51, 51); font-family: arial; font-size: medium;"><strong>Fluxo</strong></p><p style="color: rgb(51, 51, 51); font-family: arial; font-size: medium;">Segundo Marcelo Kimati, diretor do Centro de Assist&ecirc;ncia &agrave; Sa&uacute;de da Secretaria Municipal da Sa&uacute;de, n&atilde;o &eacute; necess&aacute;rio abrir o mesmo n&uacute;mero de vagas que foram fechadas porque nos Caps o fluxo de pacientes &eacute; maior. &ldquo;Nos hospitais, h&aacute; pessoas que ficam 30 dias. Nos Caps, a m&eacute;dia gira em torno de oito a nove dias, o que possibilita atendermos mais pessoas.&rdquo; Segundo ele, a taxa de ocupa&ccedil;&atilde;o nesses centros &eacute; de 99% para dependentes qu&iacute;micos e 70% para transtorno mental.</p><p style="color: rgb(51, 51, 51); font-family: arial; font-size: medium;">A coordenadora da Divis&atilde;o de Sa&uacute;de Mental da Secretaria de Estado da Sa&uacute;de, Larissa Yamaguchi, explica que a tend&ecirc;ncia &eacute; exatamente fechar leitos em hospitais e, paralelo a isso, abrir vagas em Caps a fim de possibilitar um tratamento multidisciplinar ao usu&aacute;rio. &ldquo;&Eacute; um processo que vem se encaminhando. Antes eram s&oacute; hospitais psiqui&aacute;tricos que atendiam essas pessoas. Estamos constituindo outros centros de cuidado. Ainda n&atilde;o podemos dizer que todos os Caps funcionam como deveriam, mas estamos melhorando&rdquo;, afirma.</p><p style="color: rgb(51, 51, 51); font-family: arial; font-size: medium;"><big><strong>Internamento s&oacute; em hor&aacute;rio comercial</strong></big></p><p style="color: rgb(51, 51, 51); font-family: arial; font-size: medium;">Curitiba passa por mudan&ccedil;as na central de leitos psiqui&aacute;tricos, o que tem gerado lentid&atilde;o nas interna&ccedil;&otilde;es dos pacientes que procuram as Unidades de Pronto Atendimento (UPA). Profissionais do setor, que n&atilde;o querem ser identificados, relatam que h&aacute; dificuldade em conseguir internamentos para pessoas com problemas graves e surtos depois das 16 horas e nos fins de semana. Antes, os m&eacute;dicos ligavam para uma central de leitos, que contava com um psiquiatra que solicitava vagas.</p><p style="color: rgb(51, 51, 51); font-family: arial; font-size: medium;">Com as mudan&ccedil;as, h&aacute; duas op&ccedil;&otilde;es para internamento. Uma &eacute; mediante o Samu, que funciona 24 horas durante todos os dias e serve para orientar o fluxo de pacientes emergenciais. Um psiquiatra de plant&atilde;o deve ser acionado por telefone e determina a necessidade de interna&ccedil;&atilde;o. No entanto, eles precisam entrar em contato com a secretaria municipal, que funciona de segunda a sexta-feira das 8 &agrave;s 16 horas. &ldquo;O internamento, quando necess&aacute;rio, s&oacute; funciona em hor&aacute;rio comercial&rdquo;, diz um profissional.</p><p style="color: rgb(51, 51, 51); font-family: arial; font-size: medium;">Na outra op&ccedil;&atilde;o, as vagas ser&atilde;o solicitadas por profissionais de Caps ou de sa&uacute;de mental do Programa Sa&uacute;de da Fam&iacute;lia, que visitam as localidades geralmente apenas uma vez por semana, ou por profissionais das UPAs ap&oacute;s discutirem o caso por telefone com profissionais do Samu.</p><p style="color: rgb(51, 51, 51); font-family: arial; font-size: medium;">O presidente da Sociedade Paranaense de Psiquiatria, Andr&eacute; Rotta, afirma que essa pr&aacute;tica deveria ser proibida. &ldquo;N&atilde;o &eacute; poss&iacute;vel apontar por telefone a necessidade de o paciente ser internado.&rdquo;</p><p style="color: rgb(51, 51, 51); font-family: arial; font-size: medium;"><strong>Integra&ccedil;&atilde;o</strong></p><p style="color: rgb(51, 51, 51); font-family: arial; font-size: medium;">Segundo Marcelo Ki&shy;ma&shy;ti, diretor do Centro de Assist&ecirc;ncia &agrave; Sa&uacute;de da Se&shy;&shy;cretaria Municipal de Sa&uacute;de, a mudan&ccedil;a foi feita para tentar integrar toda a rede psiqui&aacute;trica da cidade. &ldquo;A antiga Central de Leitos n&atilde;o inclu&iacute;a as vagas dos Caps. Por isso, pacientes ficavam uma ou duas semanas esperando vaga. Com a mudan&ccedil;a, os leitos em Caps foram inclu&iacute;dos para tentar agilizar a interna&ccedil;&atilde;o. O problema que a gente tem &eacute; a restri&ccedil;&atilde;o de hospitais em receber pacientes ap&oacute;s as 16 horas. J&aacute; come&ccedil;amos a negociar para mudar essa pr&aacute;tica&rdquo;, afirma Kimati.</p><p style="color: rgb(51, 51, 51); font-family: arial; font-size: medium;"><a class="ui-link" name="ancora" style="outline: none; font-size: 16px; color: rgb(19, 77, 134); border-bottom-color: rgb(19, 77, 134);"></a></p> <center style="color: rgb(51, 51, 51); font-family: arial; font-size: medium;"> <img border="0" src="http://www.gazetadopovo.com.br/midia/info_leitos_270114.png" /></center> <p style="color: rgb(51, 51, 51); font-family: arial; font-size: medium;">&nbsp;</p> <div id="extraconteudo" style="background-color: rgb(235, 235, 235); clear: both; margin: 20px auto; padding: 15px; width: 270px; color: rgb(51, 51, 51); font-family: arial; font-size: medium;"> <h5 style="margin: 0px 0px 10px; font-size: 16px; font-family: 'Open Sans', sans-serif; color: rgb(19, 77, 134); text-transform: uppercase;"> PROMESSA</h5> <p style="color: rgb(0, 0, 0); font-size: 12px; line-height: 18px; font-family: Arial, sans-serif; margin: 0px 0px 5px;"><strong>Prefeitura planeja unidade exclusiva para transtorno mental</strong></p><p style="color: rgb(0, 0, 0); font-size: 12px; line-height: 18px; font-family: Arial, sans-serif; margin: 0px 0px 5px;">Ainda neste semestre, a Secretaria de Sa&uacute;de de Curitiba planej a a constru&ccedil;&atilde;o de uma unidade de aten&ccedil;&atilde;o &agrave; crise de sa&uacute;de mental que funcionar&aacute; 24 horas durante todos os dias da semana. O espa&ccedil;o, que deve ser constru&iacute;do no Boqueir&atilde;o, contar&aacute; a princ&iacute;pio com dez leitos para interna&ccedil;&atilde;o.</p><p style="color: rgb(0, 0, 0); font-size: 12px; line-height: 18px; font-family: Arial, sans-serif; margin: 0px 0px 5px;">Marcelo Kimati, diretor do Centro de Assist&ecirc;ncia &agrave; Sa&uacute;de da secretaria, explica que um im&oacute;vel ser&aacute; adaptado para abrigar a unidade. &ldquo;&Eacute; um projeto novo que busca dar retaguarda para a falta de leitos.&rdquo;</p><p style="color: rgb(0, 0, 0); font-size: 12px; line-height: 18px; font-family: Arial, sans-serif; margin: 0px 0px 5px;">Al&eacute;m disso, ele afirma que no ano passado 67 novos leitos em Caps foram abertos. &ldquo;Temos seis centros para atender usu&aacute;rios de &aacute;lcool e drogas e, desses, quatro j&aacute; funcionam 24 horas&rdquo;, relata. O munic&iacute;pio ainda possui outros quatro Caps para transtorno mental (sendo dois 24 horas) e dois infantis, que funcionam no regime de 12 horas. Segundo ele, os primeiros seis leitos psiqui&aacute;tricos em hospitais gerais em Curitiba come&ccedil;aram a funcionar neste m&ecirc;s. &ldquo;Eles est&atilde;o no Hospital do Idoso. A nossa meta &eacute; conseguir 75 leitos em hospital geral e 350 em Caps&rdquo;, ressalta Kimati. Mensalmente, mil novos usu&aacute;rios de drogas ou portadores de transtorno mental procuram o Caps para iniciar tratamento. &ldquo;&Eacute; um servi&ccedil;o porta aberta em que as pessoas n&atilde;o precisam procurar nenhuma unidade de sa&uacute;de antes&rdquo;, comenta.</p></div> <div id="extraconteudo" style="background-color: rgb(235, 235, 235); clear: both; margin: 20px auto; padding: 15px; width: 270px; color: rgb(51, 51, 51); font-family: arial; font-size: medium;"> <h5 style="margin: 0px 0px 10px; font-size: 16px; font-family: 'Open Sans', sans-serif; color: rgb(19, 77, 134); text-transform: uppercase;"> 140 VAGAS FORAM FECHADAS NO NOSSA SENHORA DA LUZ</h5> <p style="color: rgb(0, 0, 0); font-size: 12px; line-height: 18px; font-family: Arial, sans-serif; margin: 0px 0px 5px;">Ao longo de 2013, 140 leitos do Hospital Nossa Senhora da Luz, na capital, foram desativados, segundo a Secretaria Municipal de Sa&uacute;de. Em nota, a Irmandade da Santa Casa de Miseric&oacute;rdia de Curitiba, mantenedora do hospital, informa que a medida foi adotada em cumprimento &agrave; Lei de Reforma Psiqui&aacute;trica. &ldquo;O atendimento &agrave; popula&ccedil;&atilde;o passa a ser realizado pelos Caps e leitos psiqui&aacute;tricos em hospitais gerais.&rdquo; Para contribuir com o novo modelo e manter a assist&ecirc;ncia &agrave; popula&ccedil;&atilde;o, a Irmandade continua a parceria com a secretaria na administra&ccedil;&atilde;o de tr&ecirc;s Caps (Boqueir&atilde;o &ndash; Transtornos Mentais; Boa Vista &ndash; Transtornos Mentais e Boa Vista &ndash; &Aacute;lcool e Drogas).</p></div> <div id="extraconteudo" style="background-color: rgb(235, 235, 235); clear: both; margin: 20px auto; padding: 15px; width: 270px; color: rgb(51, 51, 51); font-family: arial; font-size: medium;"> <h5 style="margin: 0px 0px 10px; font-size: 16px; font-family: 'Open Sans', sans-serif; color: rgb(19, 77, 134); text-transform: uppercase;"> LEGISLA&Ccedil;&Atilde;O</h5> <p style="color: rgb(0, 0, 0); font-size: 12px; line-height: 18px; font-family: Arial, sans-serif; margin: 0px 0px 5px;">A lei de 2001 que regulamentou o atendimento psiqui&aacute;trico aponta no artigo 4&ordm; que &ldquo;a interna&ccedil;&atilde;o, em qualquer de suas modalidades, s&oacute; ser&aacute; indicada quando os recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes.&rdquo; Est&aacute; na legisla&ccedil;&atilde;o tamb&eacute;m que o tratamento visar&aacute; a reinser&ccedil;&atilde;o social do paciente em seu meio. &ldquo;&Eacute; vedada a interna&ccedil;&atilde;o de pacientes portadores de transtornos mentais em institui&ccedil;&otilde;es com caracter&iacute;sticas asilares&rdquo;, onde n&atilde;o sejam tratados com dignidade.</p></div> <div id="extraconteudo" style="background-color: rgb(235, 235, 235); clear: both; margin: 20px auto; padding: 15px; width: 270px; color: rgb(51, 51, 51); font-family: arial; font-size: medium;"> <h5 style="margin: 0px 0px 10px; font-size: 16px; font-family: 'Open Sans', sans-serif; color: rgb(19, 77, 134); text-transform: uppercase;"> &nbsp;</h5> <p style="color: rgb(0, 0, 0); font-size: 12px; line-height: 18px; font-family: Arial, sans-serif; margin: 0px 0px 5px;"><strong>106</strong>&nbsp;&eacute; o n&uacute;mero total de Caps habilitados no Paran&aacute;. Desses, 11 s&atilde;o destinados ao atendimento de crian&ccedil;as e adolescentes.</p> <div> &nbsp;</div> </div> </div> <p>&nbsp;</p>


TAGS


<< Voltar