Autistas dizem não ao CAPS

Publicado em:  12/05/2014

<p style="color: rgb(51, 51, 51); font-family: arial; font-size: medium;">Perplexos, cerca de 2 milh&otilde;es de pais de autistas est&atilde;o lutando com as &uacute;nicas armas que conhecem: a paci&ecirc;ncia e o bom senso, contra o decreto regulamentador da Lei 12.764/12, que instituiu a Pol&iacute;tica Nacional de Prote&ccedil;&atilde;o dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. Atrav&eacute;s da regulamenta&ccedil;&atilde;o, o Conselho Nacional da Pessoa com Defici&ecirc;ncia (Conade) prop&otilde;e novas diretrizes &agrave; legisla&ccedil;&atilde;o conseguida depois de d&eacute;cadas de mobiliza&ccedil;&atilde;o popular.</p><p style="color: rgb(51, 51, 51); font-family: arial; font-size: medium;">No artigo 3, item C, o decreto de regulamenta&ccedil;&atilde;o, subliminarmente, estabelece que os autistas dever&atilde;o ser tratados pelos Centros de Aten&ccedil;&atilde;o Psico Social (CAPS), criados para substituir os hospitais psiqui&aacute;tricos, incluindo tratamentos manicomiais, por&eacute;m, sem a devida capacita&ccedil;&atilde;o profissional dos seus quadros.</p><p style="color: rgb(51, 51, 51); font-family: arial; font-size: medium;">Os pacientes autistas que necessitarem dos CAPS ser&atilde;o encaminhados para atendimento nas institui&ccedil;&otilde;es da iniciativa privada, algumas delas integrantes do conselho do Conade.</p><p style="color: rgb(51, 51, 51); font-family: arial; font-size: medium;">O decreto apresentado pelo Conade deixa claro que o atendimento das pessoas na condi&ccedil;&atilde;o do espectro autista (TEA) nos CAPS, criados pelo Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de para pessoas com esquizofrenia, necessidades decorrentes do uso de crack, &aacute;lcool e outras drogas, para tratamento cont&iacute;nuo, revela total desconhecimento do autismo e das suas especificidades. Por serem extremamente mal estruturados, os CAPS, na pr&aacute;tica, est&atilde;o longe do ideal para atendimento, principalmente daqueles que necessitam de tratamento mais complexo como &eacute; o caso do autismo, conforme foi defendido at&eacute; pela Associa&ccedil;&atilde;o Paranaense de Psiquiatria. O Conselho Federal de Medicina (CFM), por meio da Consulta CFM 8.589/10 tamb&eacute;m considerou anti&eacute;ticas as condi&ccedil;&otilde;es de seguran&ccedil;a do CAPS para a assist&ecirc;ncia m&eacute;dica aos pacientes e ao pr&oacute;prio ato m&eacute;dico.</p><p style="color: rgb(51, 51, 51); font-family: arial; font-size: medium;">Autistas s&atilde;o pessoas com defici&ecirc;ncias, para todos os efeitos legais, de acordo com a nossa Constitui&ccedil;&atilde;o e a Carta da ONU da qual o Brasil &eacute; signat&aacute;rio. Todos os dias, pais de autistas se engalfinham nas &aacute;reas m&eacute;dicas, de educa&ccedil;&atilde;o e previdenci&aacute;ria, para conseguir atendimentos para os seus filhos. Tais atendimentos, n&atilde;o raro, s&oacute; s&atilde;o conseguidos ap&oacute;s a&ccedil;&atilde;o do Minist&eacute;rio P&uacute;blico, enquanto o Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de ainda n&atilde;o faz uso dos recursos do Programa Viver sem Limite e as Diretrizes de Aten&ccedil;&atilde;o &agrave; Reabilita&ccedil;&atilde;o da Pessoa com Transtornos do Espectro Autista.</p><p style="color: rgb(51, 51, 51); font-family: arial; font-size: medium;">A exclus&atilde;o ou altera&ccedil;&atilde;o do artigo 3, item C da regulamenta&ccedil;&atilde;o, que levaria os autistas a equ&iacute;vocos indesejados, al&eacute;m de manter a fidelidade &agrave; Lei 12.764/12, ter&aacute; a chancela de toda a<nobr><a class="FAtxtL" href="http://www.gazetadopovo.com.br/m/#" id="FALINK_1_0_0" style="outline: none; border-width: 0px 0px 1px !important; background-color: transparent !important; border-bottom-color: rgb(28, 125, 255) !important; border-bottom-style: solid !important; color: rgb(28, 125, 255) !important; padding-bottom: 1px !important; display: inline !important;">comunidade</a></nobr>&nbsp;autista do Brasil.</p><p style="color: rgb(51, 51, 51); font-family: arial; font-size: medium;">A afirma&ccedil;&atilde;o de que o decreto n&atilde;o pode ser alterado &eacute; simplesmente pol&iacute;tica e por isso &eacute; preciso trazer a tona o Censo 2010 do IBGE que mostra 45,6 milh&otilde;es de pessoas com algum tipo de defici&ecirc;ncia, o que representa 23,92% de brasileiros. Entre eles, cerca de 2 milh&otilde;es de autistas que hoje s&atilde;o vis&iacute;veis em todo o pa&iacute;s. Se for acrescido a esse porcentual seus respons&aacute;veis e cuidadores, teremos um n&uacute;mero consider&aacute;vel de votos em&nbsp;<nobr><a class="FAtxtL" href="http://www.gazetadopovo.com.br/m/#" id="FALINK_2_0_1" style="outline: none; border-width: 0px 0px 1px !important; background-color: transparent !important; border-bottom-color: rgb(28, 125, 255) !important; border-bottom-style: solid !important; color: rgb(28, 125, 255) !important; padding-bottom: 1px !important; display: inline !important;">jogo</a></nobr>. S&oacute; queremos que nossos filhos n&atilde;o sofram mais do que o inevit&aacute;vel.</p><p style="color: rgb(51, 51, 51); font-family: arial; font-size: medium;"><i>Berenice Piana, idealizadora da Lei 12.764, membro do Conselho da Pessoa com Defici&ecirc;ncia no Munic&iacute;pio de Itabora&iacute;-RJ e presidente do Grupo de M&atilde;es Fam&iacute;lia Azul.</i></p>


TAGS


<< Voltar