Audiência debateu atendimento psicossocial em Curitiba

Publicado em:  23/05/2014

<p class="style9b" style="font-family: 'Trebuchet MS', Arial, Helvetica, sans-serif; text-align: justify; color: rgb(51, 51, 51); font-size: 20px;"><span style="font-family: verdana, geneva; font-size: small;">A C&acirc;mara de Curitiba recebeu, no dia 23 de maio, mais de 130 pessoas durante audi&ecirc;ncia p&uacute;blica sobre drogadi&ccedil;&atilde;o e sa&uacute;de mental. O evento foi promovido pela vereadora Noemia Rocha (PMDB) e, segundo a parlamentar, &eacute; importante debater o uso das drogas e o acolhimento de dependentes qu&iacute;micos no Munic&iacute;pio. &ldquo;Nossa ideia &eacute; estabelecer um panorama sobre o que se realiza em Curitiba e de que maneira podemos aprimorar os servi&ccedil;os oferecidos&rdquo;, disse.</span></p><p align="justify" class="style9b" style="font-family: 'Trebuchet MS', Arial, Helvetica, sans-serif; text-align: justify; color: rgb(51, 51, 51); font-size: small;"><br /> <font face="verdana,geneva" size="2">Noemia Rocha tamb&eacute;m avalia que &eacute; necess&aacute;rio mais esfor&ccedil;os do poder p&uacute;blico em rela&ccedil;&atilde;o &agrave;s comunidades terap&ecirc;uticas, que, segundo a vereadora, fazem um &ldquo;importante trabalho&rdquo; na &aacute;rea assistencial aos usu&aacute;rios de drogas. &ldquo;Apesar da boa vontade dessas comunidades, falta estrutura financeira, que &eacute; uma responsabilidade do Estado&rdquo;, complementou.<br /> <br /> O presidente da Frente Parlamentar contra o Crack e outras Drogas, Valdemir Soares (PRB), demonstrou satisfa&ccedil;&atilde;o pela abertura do Legislativo para discutir o tema. &ldquo;Queremos fomentar pol&iacute;ticas p&uacute;blicas efetivas contra as drogas, al&eacute;m de trabalhar pela conscientiza&ccedil;&atilde;o e preven&ccedil;&atilde;o&rdquo;, asseverou. Soares tamb&eacute;m valorizou o trabalho realizado pelas igrejas e movimentos sociais junto &agrave;s fam&iacute;lias para que a &ldquo;demanda por tratamento no futuro seja menor&rdquo;.<br /> <br /> Para o professor Luis Felipe Ferro, do departamento de Terapia Ocupacional da Universidade Federal do Paran&aacute;, o tratamento para o usu&aacute;rio de drogas precisa englobar tamb&eacute;m a fam&iacute;lia do paciente. &ldquo;Culpamos sempre o indiv&iacute;duo, esquecendo que ele tem uma fam&iacute;lia. As unidades de acolhimento s&atilde;o importantes nos momentos em que a fam&iacute;lia j&aacute; est&aacute; num estado de satura&ccedil;&atilde;o em rela&ccedil;&atilde;o ao conv&iacute;vio com usu&aacute;rio ou doente&rdquo;, explicou.<br /> <br /> O diretor do departamento de sa&uacute;de mental da Secretaria Municipal de Sa&uacute;de, Marcelo Kimati Dias, disse a &ldquo;fragilidade&rdquo; da rede assistencial psicossocial est&aacute; na falta de envolvimento dos usu&aacute;rios dos equipamentos de sa&uacute;de e dos trabalhadores, no processo de estrutura&ccedil;&atilde;o da rede. &ldquo;Fortalecer o atendimento psicossocial atrav&eacute;s do SUS &eacute; uma obriga&ccedil;&atilde;o do Estado. O usu&aacute;rio atendido pela rede p&uacute;blica tem a possibilidade de continuar seu conv&iacute;vio familiar. Os CAPS (Centro de Aten&ccedil;&atilde;o Psicossocial) s&atilde;o dispositivos de tratamento mais eficazes, e o tempo de internamento do paciente &eacute; muito menor&rdquo;, ponderou.<br /> <br /> A igualdade do cidad&atilde;o perante a lei e necessidade de atendimento ison&ocirc;mico para todas as pessoas foram defendidos por Fernanda Garcez, promotora de Justi&ccedil;a do Minist&eacute;rio P&uacute;blico do Paran&aacute;. &ldquo;A maioria dos transtornos mentais &eacute; cr&ocirc;nica, n&atilde;o existindo solu&ccedil;&atilde;o definitiva. Precisamos garantir o acesso ao atendimento especializado, principalmente de urg&ecirc;ncia e emerg&ecirc;ncia&rdquo;, asseverou.<br /> <br /> Uma rede de atendimento multidisciplinar e com abordagens diferenciadas ao paciente foram citadas pelo psiquiatra e presidente da Associa&ccedil;&atilde;o Paranaense de Psiquiatria, Andr&eacute; Rotta Burkiewicz. O m&eacute;dico defende espa&ccedil;os adequados para tratamento dos pacientes psiqui&aacute;tricos. &ldquo;Mais de 50% dos presos no Brasil s&atilde;o pacientes psiqui&aacute;tricos. Muitos deles n&atilde;o deveriam estar presos, mas tratados&rdquo;, pontuou.<br /> <br /> O vice-presidente do Conselho Regional de Psicologia, Guilherme Bertassoni da Silva, considera primordial valorizar a integra&ccedil;&atilde;o entre as diferentes profiss&otilde;es respons&aacute;veis pelo atendimento aos usu&aacute;rios de drogas e pacientes mentais. &ldquo;Estamos num momento de mudan&ccedil;a do modelo de tratamento. &Eacute; uma transi&ccedil;&atilde;o. O fortalecimento da sa&uacute;de mental no SUS permite um interc&acirc;mbio maior entre as categorias&rdquo;, explicou.<br /> <br /> O combate ao tr&aacute;fico de droga e o encaminhamento correto dos usu&aacute;rios de entorpecentes foi citada como uma das prioridades pelo coronel Roberson Bondaruk,&nbsp; da Assessoria de Seguran&ccedil;a Institucional do MP-PR. &ldquo;O aumento da produ&ccedil;&atilde;o de droga faz a pol&iacute;cia se desdobrar para encontrar o traficante. Por isso &eacute; importante a prepara&ccedil;&atilde;o da pol&iacute;cia para distinguir entre o usu&aacute;rio, o traficante e o usu&aacute;rio que trafica para sustentar o v&iacute;cio&rdquo;, declarou.<br /> <br /> Durante a audi&ecirc;ncia, diversas pessoas puderam se manifestar, atrav&eacute;s de perguntas e at&eacute; mesmo com testemunhos, para esclarecer a import&acirc;ncia do tratamento contra as drogas e a possibilidade de reconstru&ccedil;&atilde;o de vida. Dentre as falas, esteve a psic&oacute;loga Adriane Wollmann, coordenadora do programa Consult&oacute;rio na Rua, da Secretaria Municipal de Sa&uacute;de. Adriane salientou o fato de que a maioria das pessoas em situa&ccedil;&atilde;o de rua apresentam transtornos mentais, mas apenas metade faz uso do &aacute;lcool e outras drogas.&nbsp;<br /> <br /> &ldquo;Existem muitos motivos para as pessoas estarem nas ruas. Poder trabalhar com estes moradores e ajud&aacute;-los &eacute; muito importante. Lembro inclusive que a primeira pessoa internada no Hospital do Idoso Zilda Arns, que possui leitos psiqui&aacute;tricos, foi um morador de rua&rdquo;, relatou. Tamb&eacute;m participaram da audi&ecirc;ncia a vereadora Professora Josete (PT), integrantes da Funda&ccedil;&atilde;o de A&ccedil;&atilde;o Social (FAS), trabalhadores da &aacute;rea da sa&uacute;de de Curitiba, al&eacute;m de integrantes de comunidades terap&ecirc;uticas.&nbsp;</font></p> <div> &nbsp;</div> <p class="style9b" style="font-family: 'Trebuchet MS', Arial, Helvetica, sans-serif; text-align: justify; color: rgb(51, 51, 51); font-size: small;">&nbsp;</p>


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