Busca frenética por perda de peso pode causar distúrbio

Publicado em:  02/07/2014

<pre style="line-height: 21.299999237060547px; white-space: normal; color: rgb(68, 68, 68); font-size: 15px;"> Em busca de um corpo perfeito, de acordo com os padr&otilde;es est&eacute;ticos aceitos e impostos atualmente pela sociedade, muitas pessoas fazem de tudo, como encarar dietas muito restritivas e exagerar nos exerc&iacute;cios f&iacute;sicos. Com o objetivo de emagrecer a qualquer custo, esses indiv&iacute;duos, principalmente mulheres, acabam desenvolvendo alguns dist&uacute;rbios alimentares, como a anorexia e a bulimia, doen&ccedil;as s&eacute;rias que precisam de acompanhamento e tratamento m&eacute;dico. Segundo o m&eacute;dico psiquiatra Alexandre Karam Mousfi, vice-presidente da Associa&ccedil;&atilde;o Paranaense de Psiquiatria, as duas doen&ccedil;as, apesar de terem o emagrecimento como objetivo, apresentam diferen&ccedil;as entre si. &ldquo;A anorexia nervosa &eacute; a distor&ccedil;&atilde;o de imagem corporal, ou seja, o paciente enxerga-se acima do peso mesmo estando magro ou at&eacute; abaixo do peso m&iacute;nimo recomendado para sua altura e estrutura &oacute;ssea. Assim, apresenta recusa em se alimentar e medo de ganhar peso. J&aacute; a bulimia nervosa &eacute; caracterizada por crises bul&iacute;micas ou epis&oacute;dios de compuls&atilde;o alimentar, em que as pessoas ingerem grandes quantidades de alimento em curto espa&ccedil;o de tempo e, depois da compuls&atilde;o, t&ecirc;m comportamentos compensat&oacute;rios: provocam v&ocirc;mitos, utilizam laxantes, diur&eacute;ticos ou fazem jejuns e exerc&iacute;cios f&iacute;sicos em excesso&rdquo;. Mesmo que de formas diferentes, tanto a anorexia como a bulimia afetam o organismo. &ldquo;A anorexia, em est&aacute;gios mais avan&ccedil;ados, pode levar &agrave; desnutri&ccedil;&atilde;o e v&aacute;rias complica&ccedil;&otilde;es associadas a esta condi&ccedil;&atilde;o, como altera&ccedil;&otilde;es de pele, queda de cabelo, atrofia muscular, altera&ccedil;&otilde;es de ritmo card&iacute;aco, anemia, osteoporose, entre outras. A bulimia, quando h&aacute; v&ocirc;mitos provocados, pode causar altera&ccedil;&otilde;es do equil&iacute;brio de sais (como cloro e pot&aacute;ssio), gastrite, esofagite, altera&ccedil;&otilde;es de pele, c&aacute;ries dent&aacute;rias&rdquo;, esclarece o m&eacute;dico. &ldquo;A anorexia e a bulimia hoje afetam principalmente as mulheres (em especial as mais jovens), sendo que elas representam 90% dos casos&rdquo;, alerta.&nbsp; Causas Sobre as causas destes dist&uacute;rbios, a psic&oacute;loga P&acirc;mella Mocelin Falleiros, credenciada da Paran&aacute; Cl&iacute;nicas Planos de Sa&uacute;de Empresariais, explica que &ldquo;a anorexia e a bulimia s&atilde;o transtornos alimentares provocados por causas diversas como influ&ecirc;ncia da cultura da magreza, aspectos gen&eacute;ticos, contexto familiar e tamb&eacute;m hist&oacute;rico de compuls&otilde;es e de outros v&iacute;cios na fam&iacute;lia&rdquo;. Sob o aspecto psicol&oacute;gico, ela afirma que o tratamento da anorexia costuma ser mais longo e dif&iacute;cil. &ldquo;Quem tem anorexia se acha gorda e tem uma distor&ccedil;&atilde;o da autoimagem. Estas pacientes geralmente n&atilde;o querem ajuda, elas acham um absurdo ter que comer e querem ser extremamente magras. J&aacute; quem sofre com bulimia costuma aceitar que n&atilde;o est&aacute; bem e que precisa de tratamento&rdquo;. Diagn&oacute;stico e tratamento complexos De acordo com a m&eacute;dica endocrinologista Myrna Campangoli, do Laborat&oacute;rio Frischmann Aisengart, o diagn&oacute;stico da anorexia e bulimia nem sempre &eacute; f&aacute;cil. &ldquo;Estes transtornos interferem na percep&ccedil;&atilde;o do apetite, do peso, da imagem corporal e nos h&aacute;bitos alimentares, levando a marcantes preju&iacute;zos psicol&oacute;gicos, sociais e aumento de mortalidade&rdquo;. Al&eacute;m da avalia&ccedil;&atilde;o f&iacute;sica e psicol&oacute;gica, os m&eacute;dicos utilizam o c&aacute;lculo do &iacute;ndice de massa corporal (IMC) no aux&iacute;lio ao diagn&oacute;stico, principalmente da anorexia.&nbsp; Segundo o psiquiatra Alexandre Karam Mousfi, os tratamentos destas doen&ccedil;as requerem apoio de uma equipe multidisciplinar, que deve incluir psiquiatra, psic&oacute;logo, cl&iacute;nico, endocrinologista e nutricionista. &ldquo;Deve-se abordar a desnutri&ccedil;&atilde;o com os recursos m&eacute;dicos necess&aacute;rios. Em quadros mais graves, o internamento &eacute; fundamental para proteger a vida do paciente. Algumas medica&ccedil;&otilde;es podem ajudar no tratamento de doen&ccedil;as associadas, como depress&atilde;o, transtorno bipolar e ansiedade&rdquo;. No entanto, segundo ele, nenhuma medica&ccedil;&atilde;o apresenta efic&aacute;cia comprovada para o tratamento da anorexia nervosa. &ldquo;J&aacute; no caso de bulimia, al&eacute;m da psicoterapia, a orienta&ccedil;&atilde;o nutricional contribui para um aprendizado sobre formas mais adequadas de se alimentar a fim de evitar os epis&oacute;dios bul&iacute;micos, por exemplo. Alguns antidepressivos podem ajudar a reduzir os epis&oacute;dios de compuls&atilde;o alimentar e, por consequ&ecirc;ncia, a frequ&ecirc;ncia dos v&ocirc;mitos provocados e outros comportamentos compensat&oacute;rios&rdquo;, comenta Mousfi.&nbsp; Al&eacute;m da terapia, medicamentos e apoio psicol&oacute;gico, os doentes tamb&eacute;m precisam de acompanhamento nutricional, para apreenderem novos e saud&aacute;veis h&aacute;bitos alimentares. Para a nutricionista Raquel Zarpellon, &ldquo;com o tratamento, orienta&ccedil;&atilde;o do nutricionista e a retomada da alimenta&ccedil;&atilde;o, os d&eacute;ficits de vitaminas e minerais podem ser diminu&iacute;dos. Neste sentido, &eacute; importante procurar um profissional, devido &agrave; gravidade destas doen&ccedil;as e de seus impactos no organismo&rdquo;.</pre>


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