CPI da Saúde Mental quer ouvir secretário da Saúde de Curitiba

Publicado em:  14/08/2014

<p>&nbsp;</p><p>Fotos: Sandro Nascimento (Alep)</p><p>A CPI da Sa&uacute;de Mental da Assembleia Legislativa decidiu em reuni&atilde;o realizada na manh&atilde; desta ter&ccedil;a-feira (12) que vai convidar o secret&aacute;rio de Sa&uacute;de de Curitiba, Adriano Massuda, para esclarecer as in&uacute;meras den&uacute;ncias de queda na qualidade da assist&ecirc;ncia prestada aos doentes psiqui&aacute;tricos no &acirc;mbito do munic&iacute;pio. O presidente da comiss&atilde;o, deputado Ney Leprevost (PSD), anunciou tamb&eacute;m que vai requerer a prorroga&ccedil;&atilde;o dos trabalhos por mais 60 dias, de modo a permitir um balan&ccedil;o preciso da situa&ccedil;&atilde;o do setor nos munic&iacute;pios paranaenses que contam com esse tipo de atendimento.</p><p>A ideia &eacute; fazer com que o levantamento seja &uacute;til para orientar a&ccedil;&otilde;es que tornem mais efetiva a assist&ecirc;ncia nessa &aacute;rea, minorando o sofrimento dos pacientes e de suas fam&iacute;lias. O depoente desta ter&ccedil;a-feira foi o psiquiatra Guilherme Pereira Gois, diretor das cl&iacute;nicas &Ocirc;mega e Cadmo, com sede na capital, que criticou a gradativa redu&ccedil;&atilde;o do atendimento ambulatorial a pacientes psiqui&aacute;tricos. O Paran&aacute; disp&otilde;e hoje de 54 ambulat&oacute;rios em 17 munic&iacute;pios, e Curitiba conta com tr&ecirc;s deles. S&oacute; no ano passado, em uma &uacute;nica cl&iacute;nica, foram feitas 65 mil consultas, e hoje h&aacute; uma fila de espera de mais de dez mil pacientes: &ldquo;Embora a pol&iacute;tica nacional de sa&uacute;de tenha exclu&iacute;do a assist&ecirc;ncia ambulatorial da rede, ela &eacute; indispens&aacute;vel para atender aqueles doentes que n&atilde;o carecem de internamento, por&eacute;m n&atilde;o podem dispensar o acompanhamento de profissionais especializados. Sem isso, eles ficam expostos a riscos de regress&atilde;o ou outros&rdquo;, alertou.</p><p>Para o depoente, os Capes est&atilde;o com sua capacidade esgotada, ao mesmo tempo em que os servi&ccedil;os ambulatoriais desaparecem, premidos pela falta de financiamento e pelo atraso recorrente nos repasses. Uma consulta psiqui&aacute;trica pelo SUS &eacute; remunerada em R$ 14,00, e a psicol&oacute;gica, em R$ 10,00, valores estabelecidos em 2008. &ldquo;A pol&iacute;tica adotada pelo governo federal&nbsp; e pela Prefeitura de Curitiba criar&aacute; dois tipos de pacientes: aquele que pode pagar e receber&aacute; aten&ccedil;&atilde;o especializada, e aquele que recorrer&aacute; ao SUS e ser&aacute; atendido por cl&iacute;nicos gerais, nem sempre em condi&ccedil;&otilde;es de atender demandas t&atilde;o espec&iacute;ficas&rdquo;, lamentou.</p><p>O relator da comiss&atilde;o, deputado Felipe Lucas (PPS), observou que &eacute; necess&aacute;rio buscar provid&ecirc;ncias antes que a situa&ccedil;&atilde;o se torne insustent&aacute;vel: &ldquo;O panorama que foi mostrado aqui desde o in&iacute;cio dos trabalhos evidencia que estamos vivendo um momento muito delicado no tocante &agrave; assist&ecirc;ncia &agrave; sa&uacute;de psiqui&aacute;trica&rdquo;. A deputada Marla Tureck (PSD) considerou os dados trazidos at&eacute; agora &ldquo;alarmantes, capazes de desencadear repercuss&otilde;es em outros setores al&eacute;m da sa&uacute;de p&uacute;blica&rdquo;.</p><p>O plano de trabalho da comiss&atilde;o para as pr&oacute;ximas semanas prev&ecirc; a expedi&ccedil;&atilde;o de of&iacute;cios &agrave;s prefeituras e &agrave;s entidades envolvidas com a assist&ecirc;ncia &agrave; sa&uacute;de mental, com vistas a obter um quadro o mais amplo e fiel poss&iacute;vel dos problemas que v&ecirc;m sendo enfrentados e geram preocupa&ccedil;&otilde;es entre os profissionais do setor.</p>


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