Publicado em: 21/03/2017
A Secretaria de Assistência Social (SASC), em parceria com a Guarda Municipal de Maringá, inaugurou recentemente a Base Móvel de Integração na Comunidade. De acordo com o responsável pela Diretoria Sobre Drogas, Paulo Gustavo, a unidade foi criada com intuito de realizar um trabalho de prevenção, acolhimento e orientação para dependentes químicos e moradores de rua – além de ampliar a segurança. Os diretores da Associação Paranaense de Psiquiatria (APPSIQ) parabenizam a iniciativa e consideram-na muito positiva. No entanto, acreditam que a ação é complementar e que é preciso haver estrutura de acolhimento em internamento integral e ambulatorial para um efetivo e completo tratamento desses pacientes. “A estratégia de primeiro contato terapêutico é louvável, mas essas ações acabam criando uma falsa ideia de tratamento, mas, infelizmente, é preciso muito mais”, afirma o diretor secretário da APPSIQ, Ricardo Manzochi Assmé, que também é especialista em dependência química e preceptor da residência em psiquiatria de São José dos Pinhais (RMC). Para o representante da APPSIQ na região noroeste do Estado – que representa as regiões de Maringá, Paranavaí, Cianorte, Umuarama e Campo Mourão –, Felipe Pinheiro de Figueiredo, as políticas de redução de danos são complementares ao efetivo tratamento de dependentes químicos. “É preciso investir em políticas públicas de saúde mental que sejam efetivas e que realmente alcancem o público-alvo que mais necessita. Neste sentido, a Psiquiatria tem muito a contribuir com a Saúde Pública”, explica, aproveitando para enaltecer a iniciativa do Secretário Municipal de Saúde de Maringá, Jair Francisco Pestana Biatto, em contar com o apoio de um psiquiatra para colaborar com as políticas públicas de saúde mental da região. “Acredito que será um avanço para Maringá e um passo em direção a esta complementaridade”, afirma. Atualmente, a quantidade de leitos psiquiátricos em Maringá – mais de 280 disponíveis para o Sistema Único de Saúde (SUS) distribuídos em Hospital Psiquiátrico e Hospital Municipal – não é capaz de atender a recomendação mínima da Organização Mundial de Saúde (OMS). De acordo com a OMS, para uma assistência psiquiátrica adequada é necessário um leito psiquiátrico para cada mil habitantes. Hoje, de acordo com o IBGE, Maringá tem aproximadamente 357 mil habitantes. Com o fechamento de um grande número de leitos psiquiátricos em todo o Estado, ficaram desassistidos muitos pacientes que necessitavam de internamentos para recuperar-se de um surto psicótico, para evitar uma crise de abstinência causada pela dependência química ou para protegê-lo de uma tentativa de suicídio.