APPSIQ participa de evento de prevenção ao suicídio em Maringá

Publicado em:  02/05/2017

O vice-presidente da região noroeste da Associação Paranaense de Psiquiatria (APPSIQ), Felipe Pinheiro de Figueiredo, ministrou palestra durante o curso “Capacitar e Agir: Como identificar sintomas autodestrutivos entre crianças e jovens e adotar medidas de proteção”, que reuniu na manhã desta terça-feira, 2 de maio, no auditório da Uningá, aproximadamente 600 profissionais da saúde e da educação da rede pública e privada de Maringá. Em sua apresentação com a palestra “Auto-agressão e suicídio infanto-juvenil: o que há por trás disso?”, o psiquiatra da infância e adolescência, que é médico do Centro de Atenção Psicossocial infantil (CAPS-i) da Prefeitura Municipal de Maringá, falou sobre o Programa Papageno, recém lançado pela APPSIQ com intuito de oferecer à população  orientação e prevenção ao suicídio. Entre as estatísticas exibidas pelo especialista, estão o fato de serem registrados por ano no mundo mais 800 mil casos de suicídio. No Brasil, em 2013, foram 10.053 suicídios. No mundo, atualmente, o suicídio está entre as três principais causas de morte no mundo na faixa etária de 15 a 44 anos. Mas, de acordo com Dr. Felipe Figueiredo, os números não revelam a realidade. “Os registros estão aumentando gradualmente ano a ano, mas os dados da prevalência de comportamentos suicidas na infância e na adolescência estão sub-mensurados porque muitas vezes essa causa de morte não é identificada como tal por questões de tabus, econômicos e até religiosos”, enfatizou. O direto da APPSIQ explicou que o suicídio é desencadeado por transtornos mentais que, em sua maioria, começam na infância e impactam de maneira negativa no desenvolvimento cognitivo e nas funções sociais e laborais e desencadeam alta morbidade e mortalidade. "Identificar, combater, controlar e prevenir é um desafio constante, sendo um grave problema de saúde pública mundial", enfatizou. A iniciativa, em Maringá, surgiu a partir da polêmica do desafio da Baleia Azul e reuniu as secretarias municipais de Saúde e Educação para discutir estratégias de enfrentamento do problema. Organizadores acreditam que este é o primeiro de muitos eventos a serem realizados para capacitar os profissionais da educação, com a contribuição da Saúde, em identificar os sinais de risco de suicídio e realizar os devidos encaminhamentos. Também participaram da programação a médica psiquiatra Raquel Proença e as psicólogas Silvia Helena Altoé e Raquel Antoniassi, que ao final se reunirem em uma mesa de debate também para responder as demandas do público. Mais sobre o Programa Papageno O nome do evento faz referência ao chamado “Efeito Papageno”, pouco conhecido na sociedade, mas que pode ser definido como a forma correta de abordagem ao suicídio com fatores protetores. Papageno é um personagem da obra de Mozart denominada “A Flauta Mágica” que, já decidido em cometer suicídio, é salvo por três gênios que o ajudam e dão alternativas ao seu sofrimento. Portanto, o “Programa Papageno: como ajudar alguém com risco de suicídio?”, lançado pelo Departamento de Psiquiatria da Infância e Adolescência da APPSIQ, visa promover educação, orientação e treinamento de todos os envolvidos, prevenindo que novos casos aconteçam e reforçar a ideia de que alguém em sofrimento precisa de ajuda profissional.


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