Publicado em: 09/12/2017
“O fato de determinada questão relacionada à Psiquiatria não constar em Lei não significa que não acontece na vida real. Por isso, o médico psiquiatra precisa documentar todo processo terapêutico no prontuário e em atestados”, afirmou o psiquiatra e perito judicial em Psiquiatria, Carlos Augusto Maranhão de Loyola, que conduziu um bate papo sobre Repercussões Judiciais em Psiquiatria durante a reunião de encerramento das atividades realizadas pela Associação Paranaense de Psiquiatria - APPSIQ este ano.
Para o co-fundador e coordenador administrativo na EnsinoMed, as falhas comuns no preenchimento de atestados e documentos médicos estão relacionadas à sobrevalorização do diagnóstico. Para ele, a maior dificuldade do perito é ter informações vagas por parte do psiquiatra clínico. “É necessário detalhar e descrever a convicção que se tem a respeito da incapacidade ou capacidade do paciente, informando sobre a evolução da medicação, se houve melhora no tratamento ou se foi preciso tomar outra direção porque houve piora no quadro do paciente. Enfim, os dados objetivos do perito para avaliar são os documentos médicos e as informações contidas no prontuário e atestados precisam casar”, explicou.
O evento intimista, que aconteceu em 09/12, sábado, no hotel Bristol Brasil 500 em Curitiba, reuniu pouco mais de 20 participantes. Os profissionais puderam partilhar experiências e esclarecer as principais dúvidas sobre como o psiquiatra pode contribuir com o trabalho do perito, até mesmo na análise a respeito da incapacitação de um paciente. Para a médica residente associada da APPSIQ, que está no primeiro ano do HC/UFPR, Nivea Schweiger, o evento atendeu às suas expectativas, pois foi leve, descontraído e muito proveitoso. “Me interesso bastante por essa interface do direito com a Psiquiatria e acredito que nós, psiquiatras, temos informações substanciais para auxiliar a perícia e precisamos até mesmo aprender a nos proteger das armadilhas que um paciente pode nos levar a cometer”, afirmou.
confraternização
Ao término do bate papo, o presidente da APPSIQ, Dr. Osmar Ratzke, agradeceu a presença de todos e a disponibilidade do palestrante e convidou todos para celebrar as conquistas e os desafios da especialidade neste ano de cinquentenário em um almoço de confraternização servido no próprio hotel.